30 junho 2015

Como escolher um Deus\a?!

Como escolher um Deus\a?!



Essa é uma pergunta que muita gente se faz, como vou escolher um Deus\a pra eu cultuar? Os deuses que me escolhem? Etc.
Bem vamos lá, primeiro que você escolhe um deus\a sim, pode ser que no fim você não cultue ele a fundo, e que outros deuses apareçam para você.
Sendo assim é possível que você comece cultuando Zeus e no fim (depois de algum tempo) esteja cultuando o deus japonês Hotei! Isso é possível sim, já que você vai descobrindo mais sobre si mesmo.
Você pode escolher um deus pra começar a cultuar, mas ao fazer isso, leia sobre ele, procure mitos, lendas, veja algumas pessoas que cultuam (hoje com a internet isso é mais do que possível!) então pare de corpo mole e vá lá buscar sobre esse deus\a!
Sendo assim quando você começar a cultuar ele vai perceber algo na sua vida, às vezes pode ate parecer que algum dos mitos dele esta acontecendo com você! Por exemplo, alguém que comece a cultuar Hera e esta namorando, pode acabar sendo traída, ou começar a desenvolver um ciúme que antes não tinha.
Então antes de escolher um deus\a, procure, leia, aprenda sobre ele.
E quando um Deus\a simplesmente aparece na minha vida? Neste caso esse Deus\a pode querer te ajudar, mostrar que você esta fazendo algo errado na sua vida, quer que você melhore que você se torne alguém melhor.
“ai mais não gosto desses Deus\a”

Não gosta? Por quê? É algo que ele representa e você não se identifica? E se ele aparecer justamente para te mostrar isso!
Algumas pessoas tem alergia a gatos, e do nada surge às deusas Bast\Bastet, e Freya, que são deusas que o animal sagrado é o gato.
Elas podem querer te mostrar isso, como uma forma de você esquecer essa alergia, te ensinar a controlar isso.
Sendo assim, quando é o Deus\a que te escolhe, pesquise, pergunte para ele\ela o porquê de ter te escolhido, escute.
Todos temos que cultuar, ou ser chamado por algum deus\a?
Não, algumas pessoas preferem não ter um deus de culto fixo, ou então nunca recebem o tal “chamado dos deuses”, isso quer dizer que a fé dele\dela vai ser menor de quem recebeu o chamado, ou cultua algum deus? Não, às vezes pode ate ser maior!
Isso não impede em nada, pode ate ser uma forma dela aprender, os deuses podem fazer isso para ir lhe guiando.
“eu sempre fui cristão, porem não sinto bem lá gosto dos orixás, é errado?”
Não, de forma algumas, pode ser ate algo da sua vida passada, alguma vez já foi em uma gira do candomblé? Já pesquisou sobre os orixás, viu se tem algo com o que você concorda?
Vá pesquise, estude, conhecimento é tudo!
O porquê de eu estar falando sobre isso? Porque muita gente tem medo de nunca receber o tal chamado, e acabar falando que não quer mais conhecer, etc. então é uma forma de mostrar que tudo é possível!
Minha dica é, tanto pra quem escutar esse chamado como pra quem não receber ele, estude, estude muito!
Bem que os deuses lhe abençoem!

Raffi Souza

28 junho 2015

A Culpa

A culpa


A culpa cria uma desarmonia nos corpos espirituais, assim como influencia diretamente em muitos problemas no corpo fisico. Muitas vezes nos sentimos culpados devido a algum tipo de expectativa, sobre algo que deveríamos ser ou fazer, em determinadas situações e acabamos nos arrependendo, mais tarde acabamos nos sentindo culpados. Em nosso inconsciente achamos que falhamos, e que devemos ser punidos de alguma forma. Qualquer autopunição é prejudicial para nossa alma. Então, é difícil, mas tente não se sentir culpado e se acontecer com você, faça aoração do perdão, e se livre desta culpa que pesa em seu coração, porque não é bom para alma e também não é bom para o corpo físico.
André Boneberg

27 junho 2015

Perdão

Quase sempre quando alguém nos magoa, tendemos a nos apegar a feridas e a guardar ressentimentos em relação àquela pessoa.


Segundo a espiritualidade, carregar uma ferida emocional como está ou alimentar pensamentos negativos e terrível para seu desenvolvimento espiritual, e ainda pode causar a doença do século o câncer. Como já havia mencionado no artigo anterior “A magia da Gratidão”, semelhante atrai semelhante, portanto, atraímos as experiências igualmente negativas.
Quanto mais rápido vivenciarmos o sentimento de raiva e frustração, mais cedo poderemos nos desapegar da dor. E com esse desapego vem o verdadeiro passo em direção à cura: O perdão.
Duas coisas são fundamentais para cura, a compreensão espiritual ou o autoconhecimento e a pratica do desapego. O perdão trás a cura para as pessoas e ajuda a difundir está consciência para humanidade.

“Pessoas capazes de compaixão, aprendem as lições do perdão.”
Jame Van Praagh




Bibliografias utilizadas para pesquisa:
Em busca da Espiritualidade – Jame Van Praagh
Conversando com espíritos – Jame Van Praagh
A cura através das vidas passadas – Dr. Weiss

26 junho 2015

O Suicida


O Suicida



Qualquer pessoa que tire a sua vida prematuramente descobrirá que, embora possa destruir o corpo fisico, nunca poderá destruir sua alma. Quando é compreendido pelo espírito, o que ele causou a ele mesmo, geralmente é tomado por  um sentimento de remorso, e acabam ficando terrivelmente deprimidos. Muitos desses espíritos estão mentalmente ou emocionalmente doentes, e precisarão de muita compaixão e compreensão no mundo espiritual.
Isso também acontece com pessoas viciadas, os vícios também são levados para depois da morte, e também necessitam de muita ajuda depois do desencarne.
Neste contexto surgem os seres espirituais dotados de dons de cura, que sempre estão à disposição para auxiliar o espírito a obter a paz e o bem estar. No astral há vários espíritos que possuem esta responsabilidade de auxiliar essas vitimas, sempre acompanhando- os a áreas que possam aliviar suas torturas mentais.
As Preces, orações e pensamentos amorosos, de toda a família e dos amigos da terra, ajudam a mudar a atmosfera de depressão e tortura em que vive o espírito. Por isso é tão importante orar, por aqueles que já fizeram a passagem.
Com isso os espíritos sofredores, começam a tomar consciência de suas naturezas espirituais e lutar para sair da situação em que se encontram. O espírito só obterá a cura de toda dor mental imposta por ele mesmo, quando finalmente perdoar a si mesmo.

Bibliografia pesquisada:
Conversando com espiritos - Jame Van Praagh
Em busca da espiritualidade - Jame Van Praagh

Retirado do Blog Andre Boneberg

25 junho 2015

PORQUE ESQUECEMOS NOSSAS LEMBRANÇAS DE VIDAS PASSADAS?


Simples, a lembrança traria gravíssimos inconvenientes, conforme capitulo V de O evangelho segundo o espiritismo, de Allan Kardec. Frequentemente, a pessoa nasce no mesmo meio em que viveu no passado, estabelecendo relações com as mesmas pessoas, para reparar o mal que lhes foi feito. Se a pessoa lembrasse, por exemplo, de quem tem ódio, continuaria com este mesmo sentimento e acabaria não resgatando suas dividas karmicas e seu espírito não evoluiria. E então não serviria de nada a reencarnação, já que a grande jogada do mundo espiritual é fazer o espírito evoluir.
Tudo é feito para que a pessoa esqueça as experiências passadas, e assim não perca o aprendizado desta vida.
Apenas com a morte do corpo fisico é possível finalmente conhecer tudo a respeito de nossa existência. 

Retirado do Blog Andre Boneberg

24 junho 2015

Deuses do frio!


Pra começar vamos falar sobre os deuses do frio na Grécia, são duas deusas e dois Titãs! Mais em alguns dizem que é um deus e um Titã, irei falar sobre os 3 deuses que são Despina, Quione, e Bóreas! Começando por Bóreas!!


Bóreas para os Gregos, e Aquilo para os romanos, é filho de Eos (aurora) e Aestro (astros)
Bóreas, que significa vento do norte ou devorador, era na mitologia grega o deus do vento frio do norte que trazia o inverno. Bóreas era muito forte e tinha um violento caráter. Com frequência era representado como um idoso alado com cabelo e barbas longas vestindo uma túnica de nuvens. Para os romanos era o deus Aquilo. Os gregos achavam que seu lar estava em Tracia e descrevem uma terra ao norte chamada Hiperbórea que significa "para além de Bóreas". Nessa terra, as pessoas viviam em completa felicidade até idades extraordinariamente longas.
Bóreas, Zéfiro, Euro e Noto eram filhos de Astreo e de Eos. Bóreas se apaixonou por Oritía, uma princesa ateniense. Apesar de tentar conquistá-la, Oritía não deu-lhe atenção. Voltando ao seu temperamento violento, Bóreas a raptou enquanto ela dançava nas margens do rio. Bóreas levou-a numa nuvem de vento até a Tracia e teve com ela dois filhos: Zetes e Calais, e duas filhas, Quíone e Cleopatra. Desde então, os atenienses viam a Bóreas como um parente político. Quando Atenas foi ameaçada pelos persas, os atenienses clamaram por Bóreas que lançou ventos fortes fazendo afundar 400 barcos persas. Por isso, os atenienses construiram um altar dedicado a Boreas junto ao Rio Iliso.
A ninfa Pítis apreciava ver Pã tocando sua flauta apesar do seu aspecto grotesco. Sempre tocando a flauta de sete tubos em locais solitários, por não conseguir conquistar nenhuma moça, Pã sentou-se à beira de um rochedo. Pitis seguiu-o e quando dele se aproximou, Pã resolveu revelar seu amor. Ele não sabia que Pítis era amada por Bóreas, o terrível vento do norte, que naquele instante soprava com grande violência.
Quando viu sua amante perto do estranho deus, Bóreas foi acometido de um acesso furioso de ciúme. Não se contendo, soprou com tal impetuosidade que a ninfa Pitis caiu no precipício despedaçando-se sobre as pedras. Consternado, Pã transformou o corpo de Pitis em um pinheiro. Pítis significa em grego, pinheiro. A árvore foi consagrada a Pã, que passou a andar com a cabeça coroada de pinheiros e Bóreas perdeu para sempre seu grande amor.
O mito de Bóreas está relacionado aos temperamentos fortes. O temperamento forte pode ser um ponto positivo, como os dos grandes aventureiros, artistas, empreendedores, revolucionários que mudaram o mundo com suas excepcionais descobertas. Também pode ser um ponto negativo, como os dos boêmios, malandros, abusadores de drogas, jogadores e viciados em adrenalina. Quantas pessoas prejudicam a si mesmas e aos outros, quando tomam decisões ou atitudes devido ao seu temperamento e depois se arrependem por não terem refletido antes.
A tendência para agir impulsivamente e sem consideração com as consequências, pode se transformar num Transtorno de Personalidade Explosivo e Agressivo. Geralmente, quando uma pessoa chega ao transtorno, sente uma enorme incapacidade de manter qualquer tarefa ou situação que não lhe ofereça uma recompensa imediata. Com seu humor, instável e caprichoso, tende a exigir que suas vontades sejam imediatamente satisfeitas.
E por não conseguir manipular todas as pessoas usando de ameaças e ofensas, está sempre em conflito com os outros, especialmente quando seus atos são criticados. Suas explosões de ira e violência, a tornam incapaz de controlar os resultados inconsequentes, o que lhe retira oportunidades e pessoas de sua vida. Essa foi uma lição que Bóreas aprendeu de uma forma dolorosa.


Sobre Despina:
Despina (ou Despoina) é uma deusa, filha de Poseidon e Deméter. Tem um irmão gêmeo chamado Aaron, um equino.
Quando a filha Perséfone é raptada, Deméter passa a vagar pela Terra a procura da filha. Muitos deuses, nesse tempo, passam a cortejá-la, todos sem sucesso em suas tentativas. Porém, um deus não aceita a recusa e começa a persegui-la. Deméter se metamorfoseia em um cavalo para fugir do deus dos mares e se mistura à uma manada nessa tentativa. Poseidon, por ser o criador dos cavalos, consegue perceber aquela que não era originalmente uma égua e, sob a mesma forma animal, possui relações com Deméter.
A deusa, indignada com tal atitude, deixa o Olimpo. As terras deixam de ser férteis e a Fome passa a reinar, pois sua deusa antagônica deixara seu trabalho de lado. Após vários apelos de Zeus para que ela voltasse a reinar sobre as terras, que Deméter aceita.
Ela vai até o rio Ládon se banhar, devido ao fato do rio ser capaz de apagar mágoas e ressentimentos. Nesse momento, Deméter dá a luz a dois filhos, uma criança e um cavalo, chamados Despina e Árion (ou Aaron), respectivamente.
Despina foi abandonada pela mãe ao nascimento, sem receber sequer um nome, pois a deusa estava muito preocupada em achar sua filha perdida Perséfone, que havia sido raptada por Hades. A criança foi adotada por Anitos, titã cujo nome lhe escolheu. Perséfone é a filha amada, e Despina era temida por ser uma deusa das sombras relacionada a fenômenos invernais como as geadas. Era ela quem cuidava da natureza enquanto sua irmã estava no mundo dos mortos, destruindo assim o que a Perséfone e sua mãe tanto amavam: a primavera e as flores. Também odiava seu pai Poseidon, lagos congelados eram sinais de sua presença em represália ao seu pai. Exercia pleno poder sobre o domínio de seus pais, mas preferia destruir do que fortalecer. Era tão temida que era chamada apenas de "senhora".


Quione:
Quione é filha de Bóreas, o vento norte e Oreithyia, a quem ele sequestrou. Irmã de Cleópatra, Zetes e Calais
Ela era amada por Poseidon e teve um filho, Eumolpos, com medo da irá de seu pai ela jogou seu filho ao mar, mais Poseidon salvou e confiou aos cuidados de Benthesikyme (sua filha com Anfitrite)

O Eumolpidas a cargo dos mistérios de Elêusis alegou descendência dela, como a mãe de Eumolpos com Poseidon. Ela estava quase nunca representada na mitologia grega ou romana, seu nome para os romanos é Chione, o que seria uma forma de soletrar seu nome!

Raffi Souza

22 junho 2015

Sabbat Yule


Yule (Solstício de Inverno no Hemisfério Norte, 21 de Dezembro): associado à Lua Nova, é o dia mais curto do ano, e o ritual simboliza o nascimento do Deus Sol, que doravante ganhará a cada dia mais força; o deus recém-nascido é o novo ano que se inicia, promessa e luz, e o Sol nascente é saudado em ritual. No hemisfério Sul o Solstício de inverno ocorre a 21 de Junho.
Yule é um período de recolhimento, meditação, reflexão sobre o mundo e sua vida, em que nos conscientizamos sobre nossos hábitos, temos de nos conhecer melhor para saber onde podemos nos aprimorar. A árvore enfeitada que é símbolo de Yule nos lembra da Primavera futura, mas em parte representa a nós mesmos, e o ato de decora-la deve ser imbuído de lembranças, sentimentos e projetos para o futuro. No hemisfério Sul, ao invés de decorar pinheiros, pode-se usar laranjeiras, pois a laranja lembra o fruto solar.
Estamos quase chegando a mais um Solstício de Inverno, aqui no hemisfério Sul ele adentra no dia 21 de junho. Nesta data celebramos a noite mais longa do Ano e o renascimento do Deus Sol. 
Neste Sabath a Grande Deusa Mãe dá a luz a Criança da Promessa, fazendo a Roda do Ano girar novamente. O Deus renasce forte e renovado para trazer novas esperanças, novos inícios, trazer o renascimento da luz e a continuidade da vida. 
É deste sabath que o Natal Cristão, que no Hemisfério Norte é comemorado aproximadamente em 21 de dezembro, foi adaptado, inclusive em seus costumes, como colocar um pinheiro enfeitado dentro de casa. O pinheiro e o azevinho eram sagrados nesta época do ano aos pagãos, pois mesmo com o inverno permaneciam verdes e vigorosos, lembrando a todos a continuação da vida. 


O Yule representa um novo começo, podemos com ele, também renascer, deixar que nossa criança interior nos alegre, nos entusiasme a viver nossos sonhos.

O Sabbat de Yule corresponde ao Natal Cristão, pois representa o nascimento do Deus, aquele que trouxe a luz ao seu povo.
Correspondência de Yule 
Cores: vermelho, verde, dourado e branco. 
Nomes Alternativos: Solstício de Inverno, Winter Rite, MidWinter, Alban Arthan, Carr Gomm, Retorno do Sol, Dia de Fionn. 
Deuses: o Deus, como a Criançada Promessa, e a Deusa, como a Mãe. 
Ervas: azevinho, carvalho, visco, alecrim, urze, cedro, pinho, louro. 
Pedras: rubi, granada, olho-de-gato. 
Atividades: 
• Cantar com a família. 
• Decorar a árvore de Yule. 
• Pintar cones de pinheiro como símbolos das fadas e pendurar na árvore de Yule. 
• Tocar sinos para homenagear as fadas. 
• Colocar guirlandas na porta principal de casa. 
• Espalhar visco pela casa. 
• Colocar sementes de flores e alpiste do lado de fora para os pássaros. 
• Colher folhas verdes no dia de Yule e queimá-las em Imbolc para afastar o Inverno e invocar os poderes da Primavera. 
• Fazer uma boneca de milho. 
• Fazer uma Tora de Yule. 
Algumas pessoas costumar fazer bolos em forma de tronco de arvore.

Comidas e Bebidas Tradicionais: bolos de frutas, nozes, pães variados, vinho quente e frio, uvas e maçãs, melões.
Maneiras de comemorar:             
Em Yule a casa era decorada com azevinho, representando a metade escura do ano, para celebrar o fim da escuridão da Terra.Para os antigos celtas, celebrar o Solstício de Inverno era o mesmo que reafirmar a continuação da vida, pois Yule é o tempo de celebrar o espírito da Terra, pedindo coragem para enfrentar os obstáculos e dificuldades que atravessaremos até a chegada da Primavera. É o momento de contar histórias, canta e dançar com a família, celebrando a vida e a união. 
O tema principal desse Sabbat é a Luz em todas as suas manifestações, seja o fogo da lareira, seja de uma fogueira, de velas, etc. A Luz nesse Sabbat torna-se um elemento mágico capaz de ajudar o Sol a retornar para a Terra, para nossa vida, corações e mentes.

Espero que tenham gostado e bom Yule aos que giram pela roda sul! Que os deuses lhe abençoem!

Raffi souza

19 junho 2015

As Dádivas da Deusa Hécate

O dia 13 de Agosto era uma data importante no antigo calendário greco-romano, dedicada às celebrações das deusas Hécate e Diana, quando Lhes eram pedidas bênçãos de proteção para evitar as tempestades do verão europeu que prejudicassem as colheitas.


Na tradição cristã comemora-se no dia 15 de Agosto a Ascensão da Virgem Maria, festa sobreposta sobre as antigas festividades pagãs para apagar sua lembrança, mas com a mesma finalidade: pedir e receber proteção.Com o passar do tempo perdeu-se o seu real significado e origem e preservou-se apenas o medo incutido pela igreja cristã em relação ao nome e atuação de Hécate. Esta poderosa Deusa com múltiplos atributos foi considerada um ser maléfico, regente das sombras e fantasmas, que trazia tempestades, pesadelos, morte e destruição, exigindo dos seus adoradores sacrifícios lúgubres e ritos macabros. Para desmistificar as distorções patriarcais e cristãs e contribuir para a revelação das verdades milenares, segue um resumo dos aspectos, atributos e poderes da deusa Hécate.
Hécate Trivia ou Triformis era uma das mais antigas deusas da Grécia pré-helênica, cultuada originariamente na Trácia como representação arcaica da Deusa Tríplice, associada com a noite, lua negra, magia, profecias, cura e os mistérios da morte, renovação e nascimento.”Senhora das encruzilhadas” – dos caminhos e da vida – e do mundo subterrâneo, Hécate é um arquétipo primordial do inconsciente pessoal e coletivo, que nos permite o acesso às camadas profundas da memória ancestral. É representada no plano humano pela xamã que se movimenta entre os mundos, pela vidente que olha para passado, presente e futuro e pela curadora que transpõe as pontes entre os reinos visíveis e invisíveis, em busca de segredos, soluções, visões e comunicações espirituais para a cura e regeneração dos seus semelhantes.
Filha dos Titãs estelares Astéria e Perseu, Hécate usa a tiara de estrelas que ilumina os escuros caminhos da noite, bem como a vastidão da escuridão interior. Neta de Nyx, deusa ancestral da noite, Hécate também é uma “Rainha da Noite” e tem o domínio do céu, da Terra e do mundo subterrâneo. “Senhora da magia” confere o conhecimento dos encantamentos, palavras de poder, poções, rituais e adivinhações àqueles que A cultuam, enquanto no aspecto de Antea, a “Guardiã dos sonhos e das visões”, tanto pode enviar visões proféticas, quanto alucinações e pesadelos se as brechas individuais permitirem.
Como Prytania, a “Rainha dos mortos”, Hécate é a condutora das almas e sua guardiã durante a passagem entre os mundos, mas Ela também rege os poderes de regeneração, sendo invocada no desencarne e nos nascimentos como Protyraia, para garantir proteção e segurança no parto, vida longa, saúde e boa sorte.
Hécate Kourotrophos cuida das crianças durante a vida intra-uterina e no seu nascimento, assim como fazia sua antecessora egípcia, a parteira divina Heqet. Possuidora de uma aura fosforescente que brilha na escuridão do mundo subterrâneo, Hécate Phosphoros é a guardiã do inconsciente e guia das almas na transição, enquanto as duas tochas de Hécate Propolos, apontadas para o céu e a terra, iluminam a busca da transformação espiritual e o renascimento, orientado por Soteira, a Salvadora.
Como deusa lunar Hécate rege a face escura da Lua, Ártemis sendo associada com a lua nova e Selene com a lua cheia. No ciclo das estações e das fases da vida feminina Hécate forma uma tríade divina juntamente com: Kore/Perséfone/Proserpina/Hebe – que presidem a primavera, fertilidade e juventude -, Deméter/Ceres/Hera – regentes da maturidade, gestação, parto e colheita – e o Seu aspecto Chtonia, deusa anciã, detentora de sabedoria, padroeira do inverno, da velhice e das profundezas da terra.
Hécate Trivia e Trioditis, protetoras dos viajantes e guardiãs das encruzilhadas de três caminhos, recebiam dos Seus adeptos pedidos de proteção e oferendas chamadas “ceias de Hécate”. Propylaia era reverenciada como guardiã das casas, portas, famílias e bens pelas mulheres, que oravam na frente do altar antes de sair de casa pedindo Sua benção. As imagens antigas colocadas nas encruzilhadas ou na porta das casas representavamHécate Triformis ou Tricephalus como pilar ou estátua com 3 cabeças e 6 braços que seguravam suas insígnias: tocha (ilumina o caminho), chave (abre os mistérios), corda (conduz as almas e reproduz o cordão umbilical do nascimento), foice (corta ilusões e medos).
Devido à Sua natureza multiforme e misteriosa e à ligação com os poderes femininos “escuros”, as interpretações patriarcais distorceram o simbolismo antigo desta deusa protetora das mulheres e enfatizaram Seus poderes destrutivos ligados à magia negra (com sacrifícios de animais pretos nas noites de lua negra) e aos ritos funerários.
Na Idade Média, o cristianismo distorceu mais ainda seus atributos, transformando Hécate na “Rainha das bruxas”, responsável por atos de maldade, missas negras, desgraças, tempestades, mortes de animais, perda das colheitas e atos satânicos. Estas invenções tendenciosas levaram à perseguição, tortura e morte pela Inquisição de milhares de “protegidas de Hécate”, as curandeiras, parteiras e videntes, mulheres “suspeitas” de serem Suas seguidoras e animais a Ela associados (cachorros e gatos pretos, corujas).
No intuito de abolir qualquer resquício do Seu poder, Hécate foi caricaturizada pela tradição patriarcal como uma bruxa perigosa e hostil, à espreita nas encruzilhadas nas noites escuras, buscando e caçando almas perdidas e viajantes com sua matilha de cães pretos, levando-os para o escuro reino das sombras vampirizantes e castigando os homens com pesadelos e perda da virilidade. As imagens horrendas e chocantes são projeções dos medos inconscientes masculinos perante os poderes “escuros” da Deusa, padroeira da independência feminina, defensora contra as violências e opressões das mulheres e regente dos seus rituais de proteção, transformação e afirmação.
No atual renascimento das antigas tradições da Deusa compete aos círculos sagrados femininos resgatar as verdades milenares, descartando e desmascarando imagens e falsas lendas que apenas encobrem o medo patriarcal perante a força mágica e o poder ancestral feminino. Em função das nossas próprias memórias de repressão e dos medos impregnados no inconsciente coletivo, o contato com a Deusa Escura pode ser atemorizador por acessar a programação negativa que associa escuridão com mal, perigo, morte. Para resgatar as qualidades regeneradoras, fortalecedoras e curadoras de Hécate precisamos reconhecer que as imagens destorcidas não são reais, nem verdadeiras, que nos foram incutidas pela proibição de mergulhar no nosso inconsciente, descobrir e usar nosso verdadeiro poder.

A conexão com Hécate representa para nós um valioso meio para acessar a intuição e o conhecimento inato, desvendar e curar nossos processos psíquicos, aceitar a passagem inexorável do tempo e transmutar nossos medos perante o envelhecimento e a morte. Hécate nos ensina que o caminho que leva à visão sagrada e que inspira a renovação passa pela escuridão, o desapego e transmutação. Ela detém a chave que abre a porta dos mistérios e do lado oculto da psique; Sua tocha ilumina tanto as riquezas, quanto os terrores do inconsciente, que precisam ser reconhecidos e transmutados. Ela nos conduz pela escuridão e nos revela o caminho da renovação. Porém, para receber Seus dons visionários, criativos ou proféticos precisamos mergulhar nas profundezas do nosso mundo interior, encarar o reflexo da Deusa Escura dentro de nós, honrando Seu poder e Lhe entregando a guarda do nosso inconsciente. Ao reconhecermos e integrarmos Sua presença em nós, Ela irá nos guiar nos processos psicológicos e espirituais e no eterno ciclo de morte e renovação. Porém, devemos sacrificar ou deixar morrer o velho, encarar e superar medos e limitações; somente assim poderemos flutuar sobre as escuras e revoltas águas dos nossos conflitos e lembranças dolorosas e emergir para o novo.

18 junho 2015

Os sete deuses da sorte e da fortuna!




Shichi Fukujin (七福神) são os 7 deuses da sorte e da fortuna e precursores de conhecimento, riqueza, saúde, prosperidade, etc. Faz parte da mitologia e tradição japonesa relacionada ao Ano Novo (O Shougatsu). Assim como para nós, o Papai Noel e seu trenó, juntamente com as renas são referências do Natal, os sete deuses em sua arca, o Takarabune (arca do tesouro), são referências do Ano Novo no Japão, para trazer presentes, fortuna, felicidade e sorte.
Uma superstição muito comum é colocar uma imagem com os 7 deuses no Takarabune, debaixo do travesseiro, no dia de Ano Novo, para trazer sorte para o ano que está começando. Dentre os 7 deuses, apenas um tem suas origens no Japão, o Ebisu. Os outros seis deuses são originários de outras culturas, como China e Índia, sendo assimilados ao longo dos séculos pela mitologia e cultura japonesa.
O Shichi Fukujin (七福神), mais conhecidos como os deuses da Sorte, Felicidade e da Fortuna são figuras da mitologia japonesa e são muito encontrados na forma de estátuas e até chaveiros para a proteção da pessoa e da casa. Esta crença começou aproximadamente há 500 anos, com a economia do Japão em crise devido a inúmeras guerras da era Muromachi (1392-1573) e na esperança de ganhos momentâneos que atenuassem os tempos difíceis. Praticamente desconhecida do público ocidental, a lenda originou-se em Kyoto, através da adoração das figuras de altos oficiais, que representavam as religiões (budismo, xintoísmo e taoísmo) para os quais as pessoas passaram a rezar por colheitas abundantes e prosperidade do país.
 Durante este período, os negócios comerciais passaram a tomar forma e as pessoas a desenvolver um senso de individualismo e busca por benefícios próprios. Quando a cultura popular começou a florescer - período Edo (1600-1867), os Sete Deuses da Felicidade, tornaram-se bastante cultuados. Deu-se o início à peregrinação "shichi fukun jin" de visita aos templos e santuários associados aos deuses com o intuito de pedir o bem-estar da família e o sucesso nos negócios.
Comumente representados no topo de uma “takarabune” (barca do tesouro em português), tornou-se popular a crença de que dormir com esta imagem, atrai a boa fortuna nos negócios e o bem- estar (por isso deixei ela no meu quarto!).
Os japoneses consideram o 7 um algarismo repleto de mistérios, da mesma forma que no Ocidente, onde temos os sete pecados capitais e as sete maravilhas do mundo. No budismo japonês, há a crença de que a alma precisa reencarnar sete vezes até alcançar a iluminação, e que sete semanas de lamentação devem ser seguidas depois de um falecimento. Há também o costume de comer no dia 7 de janeiro o mingau de arroz temperado com nanakusa, as sete ervas da primavera. Arranjos com as sete flores do outono homenageiam a entrada dessa estação. No idioma japonês arcaico, o ideograma que representava a felicidade era formado por três números 7.

OK! Então vamos ao primeiro dos 7 deuses, lembrando que: apenas 1 dos 7 é originário do Japão! Os outros são meio que "adaptação" de outros lugares

Bishamon (毘沙門) - deus dos guerreiros:


Este deus é considerado um dos quatro guardiões do budismo e por isso usa trajes de guerra e segura uma lança em sua mão, às vezes com uma roda do fogo (halo). Dentro suas várias designações, é conhecido como Deus da Guerra (assim como Hachiman) e punidor dos mal-feitores.
Além disso, é conhecido também como Tamonten (多聞天), que quer dizer literalmente "ouvinte de vários ensinamentos", pois existem várias de suas estátuas na entrada de templos. Por esse mesmo motivo, é um Deus que "distribui riqueza", mas não riqueza material, e sim os ensinamentos de Buda, sendo o promotor dos missionários da palavra de Buda. Ter a figura desse deus em casa, afugenta ladrões e preserva os bens das família.

Daikoku (大黑) - Deus da Fortuna:


Daikoku é considerado uma divindade familiar no Japão, sendo o deus protetor da terra, agricultura e comérico, trazendo prosperidade e fartura. É um dos deuses mais alegres pois está sempre sorrindo. Fisicamente, é representado como um homem gordo que traz prosperidade, riqueza, fartura e da produção, sendo patrono dos fazendeiros. É muito popular entre os agricultores japoneses, pois protege as colheitas.
Aparece em pé, sobre sacos de arroz e traz na em uma mão um martelo de madeira (a cada batida faz surgir moedas de ouro) - simbolicamente a martelada representa trabalho e um saco mágico de onde tira dinheiro. A imagem de Daikoku tanto em forma de estatueta ou pintura, garante progresso profissional e enriquecimento ligado ao trabalho.
Sua imagem é comumente representada com a presença de um rato, que tem um significado emblemático e moral conectado com a riqueza escondida na sacola que carrega.
O único 100% original do Japão!

Ebisu (恵比須) - Deus dos pescadires:


É o deus da sinceridade, honestidade e trabalho, e ao contrário dos outros deuses que tiveram origem em outros países como a China e Índia, é um Deus originário 100% do Japão. Diz-se que quando humano ainda, tinha o nome de Hiruko e foi o primeiro filho do casal Izanagi e Izanami e nasceu com uma deformidade que não permitia que nascessem ossos no seu corpo (em algumas histórias, nasceu sem os membros). Devido ao grande sofrimento seu e da família, foi lançado ao mar em uma barca antes de completar 3 anos e acabou parando em Hokkaido na cidade de Ezo, onde foi encontrado e cuidado por um Ainu chamado Ebisu Saburo. Então a fraca criança ficou forte e seu corpo se regenerou por completo, virando o Deus Ebisu.
Ele é o protetor dos pescadores, navegantes e comerciantes. Geralmente é representado na figura do pescador, pois sempre está com a cumbuca e uma vara de pescar. Dizem que Ebisu não dá o peixe, mas ensina pescar. Ter sua figura em casa ou no estabelecimento comercial garante sucesso nos negócios.

Fukurokuju (福禄寿) - Deus da felicidade:


Seus ideogramas significam felicidade (fuku), riqueza (roku) e vida longa (ju), que são suas características. Diz a lenda que esse deus foi um sábio eremita chinês e estudioso da alquimia chinesa e dos segredos da imortalidade durante da Dinastia Song, e a reincarnação do Deus Taoista Xuanwu.
Fisicamente, o Deus possui uma enorme barba branca e testa, normalmente acompanhado de um veado negro (acredita-se que ele vive mais de 2000 anos, sendo um símbolo de longevidade) ou às vezes por uma tartaruga ou tsuru. Dizem que a pintura ou a escultura de Fukurokuju trás longevidade, saúde e muita inteligência, não sendo a toa que é o Deus protetor dos jogadores de xadrez e cientistas

Benzaiten (弁才天) - Deusa das artes:


Benzaiten é o nome japonês para a deusa Hindu Saraswati, que chegou ao Japão por meio de caravanas chinesas durante o século VIII. É a única mulher do grupo e simboliza a amabilidade e protege as artes e a beleza feminina. Como na cultura hindu ela é considerada a deusa da água, é sempre associada à tudo que flui, como a água, a palavra, a música e o conhecimento. Geralmente os templos em sua homenagem ficam próximos ao mar.
Na religião Hindu, há uma passagem que Benzaiten mata 3 cobras, e por isso aparece associada à cobras e dragões no Japão. É representa por uma mulher jovem com um biwa (instrumento musical de cordas japonês) ou cavalgando sobre dragão marinho. Nos contos épicos japoneses muitos samurais lendários, deparam com a deusa em momentos difíceis e dela recebem orientações. Possuir uma pintura ou estatueta desse deus garante saúde, beleza e desenvolve talentos artísticos.

Hotei (布袋) - Deus da benevolência:


É o senhor da magnanimidade, da generosidade humana. Vive rindo, sempre de bom humor, e por isso mesmo, traz saúde e felicidade, pois está sempre satisfeito com o que tem. Geralmente é representado com uma enorme barriga e roupa caindo pelos ombros. Consigo trás consigo suas poucas posses, ou seja, é um Deus materialmente muito pobre, entretanto, é muito feliz! Dizem que Hotei tem recurso interior para todos que queiram atingir a serenidade completa e sabedoria búdica. Seu abdômen avantajado não simboliza a gula, pelo contrário, é símbolo da satisfação.
De acordo com registros, Hotei foi um monge chinês que viveu durante a Dinastia Liang.  No folclore da China, ele acabou sendo associado a Maitreya (o futuro buda). Para os japoneses, o "hara" (ventre) representa o coração e personalidade, portanto seu vasto "hara", representa grandiosidade de espírito. No Ocidente ele é muitas vezes erroneamente visto como uma representação do Buda Siddhartha Gautama. Segundo a crença popular, apreciar uma pintura ou ter uma estatueta de Hotei espanta as preocupações.

Jurojin (寿老人) - Deus da sabedoria:


Também conhecido no Japão como Gama, o sétimo e último deus é considerado o Deus da Sabedoria. É muito associado com o Deus Fukurokuju já descrito neste post e é representado por uma longa barba branca e trás na mão um cetro (saku) sagrado ou um bastão onde está pendurado um pergaminho contento o tempo de vida de todos os seres vivos. Muitas vezes é representado juntamente com animais como o Tsuru, Tartaruga ou Veado, representando a longevidade, como Fukurokuju, sendo considerado um deus da Ecologia.
Por vezes, é representado junto a um pote de sake, e só permite que a morte se aproxime quando a pessoa está preparada para evoluir espiritualmente. Dizem que apreciar uma figura de Jurojin diariamente trás sabedoria e longa vida.
Espero que tenham gostado, e que os deuses lhe deem sorte e fortuna!

Raffi Souza