3 Zoroastrismo
Conheça o Zoroastrismo
Caracterizado pelos ritos religiosos simples, o zoroastrismo
ou mazdeísmo predominou como religião na região do Império Persa até a invasão
e dominação pelos árabes muçulmanos, no século VII. Desenvolvido por Zaratustra (ou
Zoroastro para os gregos), por volta do século VI a.C., a religião se tornou
predominante no Império.
Não se sabe ao certo quando Zaratustra viveu, havendo
indícios de que tenha vivido por volta do século X a.C., ou mesmo depois, entre
os séculos VII e VI a.C. A lenda afirma que Zaratustra viveu isolado durante
muitos anos no deserto e que, aos 30 anos, teria recebido os sete ensinamentos
do deus Ormuzd, o que o levou a iniciar a divulgação de uma religião baseada
nos ideais de pureza e igualdade.
O zoroastrismo pregava a interpretação dualista do mundo,
dividido entre as forças do bem e do mal. Os ensinamentos de Zaratustra
afirmavam a existência de um deus supremo, que havia criado dois outros seres
poderosos que dividiam sua própria natureza: Ormuzd (ou Ahura-Mazda, ou ainda
Oromasdes, segundo os gregos) seria a fonte de todo o bem, enquanto Ariman
(Arimanes) seria a origem do mal, depois que se rebelou.
Aos homens cabia cultuar Ormuzd, já que era ele o criador, o
deus da luz e do reino espiritual. O culto a Ormuzd era necessário, já que
Ariman havia criado uma série de feras, plantas e répteis venenosos. Os dois
deuses viviam em constante conflito e a supremacia do bem necessitava do apoio
a Ormuzd.
Esses conflitos entre o bem e o mal seriam constantes até o
momento em que os adeptos de Ormuzd seriam vitoriosos, condenando Ariman e os
que o seguiam às trevas eternas. Essa doutrina compreendia, dessa forma, uma
espécie de vida após a morte, onde os justos encontrariam a recompensa em um
paraíso, e os demais seriam castigados a viver em uma espécie de inferno.
Esses ensinamentos estariam compilados no livro Zend-Avest
(ou Avesta), que teria sido escrito por Zaratustra. Os ritos deveriam ocorrer
em montanhas, onde deveriam ser realizados sacrifícios e a adoração ao sol e ao
fogo. Essa adoração ao deus da luz seria conduzida por magos, os sacerdotes das
cerimônias religiosas que conduziriam a entoação de hinos e a manutenção do
fogo aceso, como representação do poder de Ormuzd.
Em virtude de seus conhecimentos em astrologia e
encantamentos, o termo mago passou a ser orientado na definição a todos os
mágicos e feiticeiros, perdendo na maioria dos casos a definição sacerdotal que
havia na concepção do zoroastrismo.
A religião sofreu mudanças após a dominação macedônica sobre
o Império Persa, recuperando posteriormente as concepções originais. Porém, o
grande golpe sofrido pelo zoroastrismo deveu-se à expansão islâmica, já que os
adeptos da religião eram considerados infiéis, e foram perseguidos. Alguns
grupos fugiram para o deserto de Querman e para o Hindustão, o subcontinente
indiano, onde são conhecidos como parses e mantinham alguns Templos do Fogo, em
homenagem a Ormuzd.
Andre Boneberg