04 fevereiro 2015

A MAGIA

A MAGIA


            Há registros de práticas mágicas em diversas épocas e civilizações. Desde os primórdios da humanidade o caçador primitivo desenhava a presa na parede da caverna antevendo o sucesso da caça, prática esta que potencializava a intenção, desenvolvendo assim um ritual de invocação atraindo a energia da presa para si próprio. Posteriormente adquiriu o ritual de enterrar os mortos, que nada mais é que uma prática mágica de passagem e encaminhamento da energia do falecido para o outro lado do véu.
            Mas foi no Egito antigo que a prática da magia começou a se expandir e tornar-se parte da religião, da economia, da política e de todas as áreas da vida cotidiana. A vida dos egípcios, bem como as decisões dos faraós, a religião, o culto aos Deuses, tudo era vinculado a rituais magísticos que eram praticadas pelos sacerdotes.
            A dança da chuva dos indígenas, a celebração da Comunhão pelos católicos, a incorporação de entidades pelos médiuns espíritas, a prece diária do muçulmano voltado para Meca, a cura pelas ervas dos xamãs ou ainda os pontos riscados das entidades umbandistas, dentre outras mais... Tudo é magia, mesmo que não seja tratado por este nome.
            Outras práticas mágicas incluem rituais como o de iniciação, o de consagração de instrumentos mágicos, a projeção astral, rituais festivos pagãos de celebração, manipulação de símbolos e diversos outros.
            Por muito tempo a magia foi mal compreendida, durante o período da Inquisição, as bruxas e feiticeiras foram perseguidas, julgadas e queimadas vivas pela Igreja Católica, pois esta acreditava que a magia estava relacionada com o diabo e suas manifestações.
            A crença na realidade dos poderes mágicos do ser humano é um fator comum a todas as culturas. Não há povo, tribo ou civilização, desde os primórdios da história até os nossos dias, que não traga o relato de pessoas especiais ou possuidoras de segredos, técnicas ou dons que os tornam capazes de operar efeitos surpreendentes ou até mesmo aparentemente impossíveis.
            Podemos entender por Magia a arte, ciência ou prática baseada na crença de ser possível influenciar o curso dos acontecimentos e produzir efeitos desejados, valendo-se da intervenção e manipulação de energias presentes na natureza, seja por meio de fórmulas rituais ou de ações simbólicas.
            É uma forma de ocultismo que estuda os segredos da natureza e a sua relação com o homem, criando assim um conjunto de teorias e práticas que visam ao desenvolvimento integral das faculdades internas espirituais e ocultas do Homem, até que este tenha o domínio total sobre si mesmo.
            A magia é a arte de utilizar conscientemente os poderes invisíveis (espirituais) para produzir efeitos visíveis. A vontade, a intenção, o amor e a imaginação são poderes mágicos que todos possuem. Aquele que sabe desenvolvê-los de modo consciente e eficaz é considerado um mago.
            Podemos definir de uma forma simplificada como a ciência e a arte de provocar mudanças em conformidade com a sua vontade. Nada mais é que manipulação da energia cósmica universal.
            É o caminho para se comunicar com as potências supremas. Os magos empregam seus poderes para auxiliar as pessoas, desde que essa ajuda seja sempre realizada em harmonia com as leis que regem o universo. Ela deve estar baseada na lei da simpatia, a qual entende que uma coisa pode agir sobre outra à distância, pelo fato de estarem conectadas entre si, por meio de laços invisíveis.



            A magia tem características ritualísticas e cerimoniais que visam entrar em contato com os aspectos ocultos do Universo e da Divindade. Afirma-se que por meio de rituais, feitiços, orações ou invocações é possível fazer com que forças ocultas atuem sobre o ambiente, modificando por exemplo, a vontade, o agir ou o destino das pessoas.
            O uso concentrado e determinado do pensamento, da emoção, da intenção e da vontade constitui o material básico que permite ao Mago atingir os efeitos que procura. No entanto, para que esses conteúdos interiores tornem-se mais efetivos, são apoiados em sinais físicos, concretos, surgindo assim uma infinidade de símbolos, ritos, ferramentas, amuletos e métodos específicos.
            Mas não é qualquer pessoa que deve praticá-la, a magia requer o aprendizado (pelo iniciado, bruxo, xamã, sacerdote, etc.) de diversas técnicas de autocontrole mental, como a meditação e a visualização. Tais exercícios tem como objetivo equilibrar os quatro elementos presentes na psique do mago, condição indispensável para que o praticante possa se envolver com energias mais sutis, como a evocação e a invocação de entidades, espíritos elementais (seres da Natureza), dentro de seu círculo mágico de proteção.
            Somente após estes conhecimentos é que será o momento de sua Iniciação. Na iniciação a pessoa renasce espiritualmente e recebe um nome pelo qual será chamada e conhecida no mundo da Magia e, todo seu passado religioso será zerado, ou seja, permanecerá somente o conhecimento e qualquer material ligado ao passado será desfeito e despachado em locais específicos.
            Quanto à natureza da Magia, podemos afirmar que não existe Magia Branca, Cinza, Vermelha ou Magia Negra, quem define a natureza da magia é o Mago através de sua índole, sua intenção, sua personalidade e vontade.
            O chamado “Mago Branco”, é impulsionado pelo amor e benevolência. Ele não atua na expectativa da recompensa e sua alma se desenvolve de maneira intensa como resultado do emprego que ele faz da magia.
            Já o “Mago Negro” usa os encantamentos para atrair os espíritos inferiores e malignos para fins egoístas, visando ganho financeiro e fins egoístas.
            Através da Magia atingimos o auto-conhecimento, auto-controle, elevação espiritual e intelectual, equilíbrio social e emocional, domínio do próprio destino, tanto no mundo carnal quanto no futuro mundo espiritual.
            Sendo um instrumento poderoso de manipulação de energias a Magia não poderia deixar de ter seu Código de Ética que em sua prática preza pela sinceridade, verdade, humildade, respeito aos seus fundamentos e práticas religiosas e aos demais segmentos religiosos independente de sua origem, respeito à todo ser humano ou espiritual independente de sua posição social, raça ou crença, proteção aos fundamentos secretos da Magia e a todos ligados a ela, direta ou indiretamente quando assim solicitarem sigilo, não influenciar terceiros em sua decisões cotidianas.
            Vemos que a magia realmente visa atingir a totalidade e unidade espirituais de uma pessoa. Isto tem razões puramente práticas, porque só quando ambos os lados trabalham juntos em harmonia é que os resultados mágicos podem ser alcançados, resultados que muitas vezes aparecem como se eles fossem desmentir todas as leis (científicas) da natureza,
            Portanto, se for praticar magia, seja ela qual for e em qualquer nível, lembre-se de não influenciar no livre arbítrio de ninguém, pense sete vezes antes de praticar qualquer ato mágico para ter certeza de que a ninguém irá prejudicar. Lembre-se também da Lei de Causa e Efeito e da Lei de Retorno, tudo que você fizer aos outros, seja de bom ou de ruim, retornará para você sete vezes.
            Fica a dica!

Grasiela Marchioro