18 abril 2015

A PSICOGRAFIA

A PSICOGRAFIA


Quando falamos em contato com os espíritos sempre nos vem a mente a imagem do nosso saudoso irmão Francisco Cândido Xavier em suas inúmeras sessões de caridade, recebendo mensagens do além túmulo para confortar corações partidos pela ausência de nossos entes queridos que se foram. Mas o assunto é mais complexo e vai além do nossa curiosidade procura em resposta do conforto para saber se estão bem. A curiosidade sobre o que nos espera no pós morte. 
A vida continua?
Existe o céu ou o inferno?
Os espíritos desencarnados podem nos auxiliar a resolver problemas terrenos que só os olhos do invisível pode responder?
Bem com o auxilio de uma ferramenta maravilhosa chamada internet busquei respostas para esclarecer a curiosidade de muitos que procuram respostas, tanto para descansar a mente do sofrimento da perda, como para abreviar diante de provas que até então num passado recente a lei não aceitava a ajuda de religião para esclarecer diversos crimes. 
Lembrando que o Espiritismo não é uma religião e sim uma doutrina de aprendizado constante.
Vamos começar pelo significado da palavra:
Psicografia (do grego, escrita da mente ou da alma), segundo o vocabulário espírita, é a capacidade atribuída a certos médiuns de escrever mensagens ditadas por Espíritos.

O Que é Psicografia?

No capítulo XV do Livro dos Médiuns, o autor Allan Kardec nos explica que de todas as formas de comunicação entre os encarnados (espíritos no corpo físico) e o plano espiritual (os diversos mundos espirituais onde residem os espíritos), a escrita manual dos espíritos pela mão do médium é a mais simples, a mais cômoda, e sobretudo a mais completa.
No referido capítulo, Kardec aconselha que “todos os esforços devem ser feitos para o seu desenvolvimento, porque ela permite estabelecer relações permanentes e regulares com os espíritos como os que mantemos entre nós. Tanto mais devemos usá-la, quanto é por ela que os espíritos revelam melhor a sua natureza e o grau de perfeição ou de sua inferioridade. Pela facilidade com que podem exprimir-se, dão-nos a conhecer os seus pensamentos íntimos se assim nos permitem aprecia-los e julga-los em seu justo valor. Além disso, para o médium essa faculdade é a mais suscetível de se desenvolver pelo exercício”.
É bom lembrar que a maior parte da codificação organizada por Allan Kardec foi baseada na psicografia, revelações escritas por médiuns em diversas partes do mundo, e que esclareceram as dúvidas do pesquisador sobre as relações entre os mundos material e espiritual, principalmente durante o processo de elaboração de O Livro do Espíritos, primeira publicação de Kardec definindo as bases do Espiritismo.
Uma das formas mais antigas de comunicação, a psicografia, entretanto, não surgiu na época de Kardec. Na história da Humanidade encontram-se registros de comunicação espiritual através da escrita nas mais antigas civilizações, embora muitos dos médiuns do passado não tivessem consciência da própria mediunidade, muito menos da origem do conteúdo de seus manuscritos.
Mas é a partir de Kardec que este tipo de comunicação ganha mais força. No Brasil, através do trabalho de divulgação da obra de Francisco Cândido Xavier (Chico Xavier) é que veremos as mais notáveis mensagens, muitas delas reproduzidas nos livros assinados pelo médium. Isso sem mencionar a grande obra original escrita por Chico, composta por mais de 400 livros todos psicografados.
Em meados do ano de 2005, os mentores espirituais do Centro Espírita Ana Vieira comunicaram que a Casa estava pronta para implantar um trabalho de psicografia. Atendendo à solicitação dos mentores, foi realizado, durante todo o ano de 2006, um treinamento mediúnico voltado para o exercício da psicografia, em que foram convidados todos os tarefeiros do Centro que desejassem desenvolver este tipo de mediunidade. No ano seguinte, o treinamento de psicografia foi separado do treinamento mediúnico, já com a participação de um grupo de médiuns com maior facilidade na comunicação escrita.
Ao mesmo tempo em que treinava uma equipe para implantar esse trabalho, os dirigentes do Centro Espírita Ana Vieira (CEAV) buscaram instruções de como implantar este trabalho, baseando-se na experiência de outras Casas onde esta tarefa já estava implantada.
“Nosso objetivo é aliviar as saudades que as pessoas sentem com a separação dos seus entes queridos, e mostrar a todos que a morte não existe, que continuamos vivos, e que um dia vamos nos reencontrar”, explica Ruth Passos, diretora do Departamento Espiritual do Centro Espírita Ana Vieira. A psicografia, ao mesmo tempo que atende aos anseios do público em busca de notícias de seus entes queridos que já partiram para a espiritualidade, ajuda nas tarefas de comunicação com o plano superior.
Apesar de aparentemente se tratar de uma tarefa simples, a psicografia exige muito treinamento e, acima de tudo, conhecimento da doutrina espírita, sem mencionar a necessidade de uma vigilância constante do médium, através da prática de um boa conduta, reforma interior baseada nos princípios da caridade moral, entre outras ações que auxiliam o tarefeiro estar sempre sintonizado com os bons espíritos.
Embora o treinamento mediúnico de psicografia seja realizado semanalmente na Casa, o atendimento público, por enquanto, está restrito a um dia por mês. Todos os meses, o Centro realiza um trabalho aberto que, apesar de não haver o contato direto com os médiuns, o público tem como solicitar mensagens de seus entes queridos. Qualquer pessoa pode solicitar uma mensagem, desde que tenha alguma afinidade com o espírito, fazendo parte da família ou sendo um amigo muito íntimo.
Para isso, há necessidade de comparecer pessoalmente numas das datas marcadas para a Cerimônia de Psicografia Pública e preencher uma ficha com os dados básicos do desencarnado. No mesmo dia, a ficha é levada aos médiuns psicógrafos da Casa para uma sintonia com o plano espiritual.
Feito este contato prévio, uma equipe espiritual dedicada à este trabalho busca, entre os milhares de espíritos na erraticidade, o ente querido cujas condições de comunicação ainda não se sabe se poderão ser estabelecidas numa primeira solicitação.
Caso o espírito esteja lúcido diante de sua nova realidade e desejoso de enviar uma mensagem ao solicitante, o plano espiritual o traz no dia da psicografia, facilitando a sua seleção na concorrência, entre centenas de espíritos, desejosos de enviar uma mensagem. Nesta oportunidade facilitada pelo plano espiritual, o espírito é convidado a se comunicar diretamente através da escrita, ao mesmo tempo em que vê a presença de seu ente querido aguardando pela mesma no salão da Casa. Uma ocasião que dificilmente se repete em outras tarefas, já que é muito difícil que um espírito e um encarnado marquem data e local para um reencontro no plano terrestre, com a disponibilidade de um médium para a facilitar a mensagem.
Muitas vezes o processo se dá ao contrário. O ente desencarnado (falecido) é quem encontra a casa espírita e intui o seu parente para que o encontre no centro num determinado dia. É por esse motivo que muitas pessoas acabam encontram o Ana Vieira por uma razão quase intuitiva, sem saber que na verdade estão vindo por intuição de seus entes queridos. Esta intuição acontece mais frequentemente durante o sono, e muitas vezes as pessoas acordam sem lembrar do encontro que tiveram com estes espíritos.
Apesar de seguirem todas as orientações da Casa, muitas pessoas não recebem mensagem. “Nem todos recebem, como dizia Chico Xavier, o telefone toca de cima para baixo”, diz Ruth, lembrando que a comunicação se dá única e exclusivamente por vontade do espírito, do plano espiritual para o plano terrestre, e jamais por invocação do solicitantes. Ruth acrescenta que existem as mais diferentes razões para não ocorrer uma comunicação. A mais comum, entre elas, é a que o espírito não está em condições psíquicas para fazê-lo neste momento.
“São vários motivos, como por exemplo, um espírito que pode estar em tratamento, não tendo condições de mandar mensagens. Existem muitas razões, só lendo os livros da codificação de Allan Kardec, e estudando é que vamos entendendo o porque. Devemos sempre orar por eles, lembrar das coisas boas que passaram juntos, não ficar chorando ou se lamentando, pois isto só lhes farão muito infelizes. Eles ficam felizes quando os seus familiares estão procurando se esclarecer através do estudo, trabalhando na caridade, lembrando sempre que todos pertencem a Deus, e que para Deus todos voltarão.
Allan Kardec nos explica no capítulo XV do Livro dos Médiuns, que na psicografia existem várias modalidades de mediunidade: mecânica, semimecânica, intuitiva, etc. No médium puramente mecânico, por exemplo, o movimento da mão independe de sua vontade, funcionando como uma máquina.Reparem que quando esse processo se dá pela mediunidade mecânica poderão reparar que a letra é exatamente igual ao do espírito quando encarnado. Já o médium semimecânico participa de ambos os gêneros, sente que na sua mão uma impulsão é dada, mas ao mesmo tempo tem consciência do que escreve à medida que as palavras se formam. No médium intuitivo, por sua vez, o movimento é voluntário e facultativo, ele age como faria um intérprete. No primeiro, o pensamento vem depois do ato da escrita, no segundo, precede-o e no terceiro acompanha. Segundo Kardec, estes últimos tipos de médiuns são os mais numerosos.
“O espírito livre, neste caso, não atua sobre a mão, para faze-la escrever, não a toma, não a guia, atua sobre a alma com a qual se identifica, a alma do médium sob esse impulso dirige a mão e esta dirige o lápis”, diz Kardec, acrescentando que “em tal circunstância o papel do médium não é de inteira passividade, ele recebe o pensamento do espírito livre e transmite. Nessa situação, o médium tem consciência do que escreve, embora não exprima o seu próprio pensamento, é o que chamamos de médium intuitivo. É possível reconhecer-se o pensamento sugerido, por não ser nunca preconcebido, nasce na medida que a escrita vai sendo traçada. Pode mesmo estar fora dos limites do conhecimento e capacidade dos médiuns”.
Ruth Passos explica que na casa há diferentes tipos de médiuns, e que algumas pessoas estranham a letra da mensagem, a forma de expressão do espírito, mas em alguns casos reconhecem as semelhanças no tratamento de nomes próprios, como apelidos ou na assinatura final da mensagem. “Temos mais médiuns intuitivos e semi-mecânicos na casa. Normalmente a letra da tradução é do médium, às vezes é finalizada de forma semi-mecânica com assinatura que o espírito usava quando encarnando”, esclarece.
Espíritos que estão desencarnados há muito tempo se expressam em termos diferentes, primeiro porque já não têm as mesmas atitudes e formas de pensamento de quando estavam encarnados, e segundo, que a mensagem enviada por meio de uma intuição ao médium altera a forma de expressão ditada pelo espírito, o que causa uma estranha sensação para aquele parente ou amigo solicitante, que estava acostumado com a forma de falar do desencarnado.
O importante, entretanto, é o conteúdo da mensagem, e se o solicitante prestar atenção em detalhes do texto, perceberá expressões ou informações que somente o espírito poderia transmitir ao médium, intérprete que nunca o conheceu em vida.
No trabalho de psicografia realizado uma vez por mês no Centro, o solicitante preenche uma ficha com os dados do desencarnado apenas como uma forma de “entrevista” com representantes do plano espiritual presentes no local, incumbidos de localizar o espírito. Feito este contato prévio, a equipe espiritual estabelece o contato com o ente querido ou o seu mentor espiritual, que pode ser um espírito amigo do desencarnado (anjo da guarda) ou um parente próximo desencarnado há mais tempo, como pais, avós, etc.
Muitas vezes, a mensagem psicografada que vem pela primeira vez é justamente de um mentor espiritual (parente já falecido ou amigo espiritual, a quem muitos preferem chamar de “anjo da guarda”), pois o desencarnado não ainda não está pronto para estabelecer um contato com o médium. É bom sempre lembrar que a comunicação mediúnica entre os dois mundos exige treinamento de ambos os lados.
O solicitante que não recebeu a mensagem no dia, pode, entretanto, retornar a casa em outras datas com a mesma ficha, trazendo sempre o amor e a esperança no coração.
É importante lembrar que no plano espiritual o tempo é diferente do nosso tempo aqui na Terra. Alguns desencarnados levam anos para entender sua nova realidade, enquanto outros mais espiritualizados compreendem sua nova situação com maior rapidez. Todos nós somos espíritos com diferentes graus de evolução e devemos entender e respeitar o tempo de cada indivíduo na compreensão do seu papel nas diversas encarnações no planeta. Portanto, alguns espíritos tem maior facilidade de entendimento e se comunicam rapidamente com seus entes queridos, enquanto outros podem levar muitos anos.
Além disso, existem outras possibilidades a serem consideradas, como espíritos que já estão em plena tarefa no mundo espiritual sem tempo para enviar mensagens aos “parentes” da última encarnação, ou que possivelmente já tenham reencarnado, numa oportunidade rara de restabelecer relações de amor com os parentes que ainda estarão na Terra quando ele ou ela estiverem juntos novamente.
Segundo a doutrina espírita, a psicografia seria uma das múltiplas possibilidades de expressão mediúnica existentes. Allan Kardec classificou-a como um tipo de manifestação inteligente, por consistir na comunicação discursiva escrita de uma suposta entidade incorpórea ou espírito, por intermédio de um homem.

Psicografia mecânica, Semi-mecânica e Intuitiva.

No primeiro caso, o menos passível de validação experimental, o médium tem plena consciência daquilo que escreve, apesar de não reconhecer em si a autoria das ideias contidas no texto. Tem a capacidade de influir nos escritos, evitando informações que lhe pareçam inconvenientes ou formas de se expressar inadequadas.
Alegoria que representa, segundo a ótica espírita, o Médium Chico Xavier, psicografando uma mensagem do Espírito de Emmanuel
No segundo, o médium poderia até estar consciente da ocorrência do fenômeno, perceber o influxo de ideias, mas seria incapaz de influenciar voluntariamente o texto, que basicamente lhe escorreria das mãos. O impulso de escrita é mais forte do que sua vontade de parar ou conduzir voluntariamente o processo.
No terceiro caso, o mais adequado para uma averiguação experimental controlada, o médium poderia escrever sem sequer se dar conta do que está fazendo, incluindo-se aí a possibilidade de conversar com interlocutores sobre determinado tema enquanto psicografa um texto completamente alheio ao assunto em pauta [carece de fontes]. Isso porque, segundo Kardec, esses médiuns permitiriam ao espírito agir diretamente sobre sua mão ou seu braço, sem recorrer à mente.
Além da doutrina espírita, há várias correntes espiritualistas em que é bem evidente a admissão da possibilidade de ocorrência desse fenómeno, como a Teosofia e a Umbanda.
Como podemos desenvolver este dom?
 Infelizmente, até hoje, por nenhum diagnóstico se pode inferir, ainda que aproximadamente, que alguém possua essa faculdade. Os sinais físicos, em os quais algumas pessoas julgam ver indícios, nada têm de infalíveis. 
Ela se manifesta nas crianças e nos velhos, 
em homens e mulheres, 
quaisquer que sejam o temperamento, 
o estado de saúde, 
o grau de desenvolvimento intelectual e moral. 
        Só existe um meio de se lhe comprovar a existência. É experimentar.
        Pode obter-se a escrita, como já vimos, com o auxílio das cestas e pranchetas, ou, diretamente, com a mão. Sendo o mais fácil e, pode dizer-se, o único empregado hoje, este último modo é o que recomendamos à preferência de todos. 
        O processo é dos mais simples: consiste unicamente em a pessoa tomar de um lápis e de papel e colocar-se na posição de quem escreve, sem qualquer outro preparativo. Entretanto, para que alcance bom êxito, muitas recomendações se fazem indispensáveis.
No médium aprendiz, a fé não é a condição rigorosa; sem dúvida lhe secunda os esforços, mas não é indispensável; a pureza de intenção, o desejo e a boa-vontade bastam. Têm-se visto pessoas inteiramente incrédulas ficarem espantadas de escrever a seu mau grado, enquanto que crentes sinceros não o conseguem, o que prova que esta faculdade se prende a uma disposição orgânica.
 Tudo, neste desenvolvimento, se aplica à escrita mecânica. É a que todos os médiuns procuram, com razão, conseguir.  Porém, raríssimo é o mecanismo puro; a ele se acha freqüentemente associada, mais ou menos, a intuição.
        Tendo consciência do que escreve, o médium é naturalmente levado a duvidar da sua faculdade; não sabe se o que lhe sai do lápis vem do seu próprio, ou de outro Espírito.  Não tem absolutamente que se preocupar com isso e, nada obstante, deve prosseguir.  Se se observar a si mesmo com atenção, facilmente descobrirá no que escreve uma porção de coisas que lhe não passavam pela mente e que até são contrárias às suas ideias, prova evidente de que tais coisas não provêm do seu Espírito.  Continue, portanto, e, com a experiência, a dúvida se dissipará.
Se ao médium não foi concedido ser exclusivamente mecânico, todas as tentativas para chegar a esse resultado serão infrutíferas; erro seu, no entanto, fora o julgar-se, em conseqüência, não aquinhoado.  Se apenas é dotado de mediunidade intuitiva, cumpre que com isso se contente e ela não deixará de lhe prestar grandes serviços, se a souber aproveitar e não a repelir.
        Desde que, após inúteis experimentações, efetuadas seguidamente durante algum tempo, nenhum indício de movimento involuntário se produz, ou os que se produzem são por demais fracos para dar resultados, não deve ele hesitar em escrever o primeiro pensamento que lhe for sugerido, sem se preocupar com o saber se esse pensamento promana do seu Espírito ou de uma fonte diversa: a experiência lhe ensinará a distinguir.
        Aliás, é freqüente acontecer que o movimento mecânico se desenvolva ulteriormente.  Dissemos acima haver casos em que é indiferente saber o médium se o pensamento vem de si próprio, ou de outro Espírito. Isso ocorre quando, sendo ele puramente intuitivo ou inspirado, executa por si mesmo um trabalho de imaginação.
        Pouco importa atribua a si próprio um pensamento que lhe foi sugerido; se lhe acodem boas ideias, agradeça ao seu bom gênio, que não deixará de lhe sugerir outros. Tal é a inspiração dos poetas, dos filósofos e dos sábios.
 Se, apesar de todas as tentativas, a mediunidade não se revelar de modo algum, deverá o aspirante renunciar a ser médium, como renuncia ao canto quem reconhece não ter voz.  Mas, se não puder, à falta de médiuns, recorrer a nenhum, nem por isso deverá considerar-se privado da assistência dos Espíritos.  Para estes, a mediunidade constitui um meio de se exprimirem, porém, não um meio exclusivo de serem atraídos.  Os que nos consagram afeição se acham ao nosso lado, sejamos ou não médiuns.  Um pai não abandona um filho porque, surdo e cego, não o pode ouvir nem ver; cerca-o, ao contrário, de toda a solicitude.  O mesmo fazem conosco os bons Espíritos. Se não podem transmitir-nos materialmente seus pensamentos, auxiliam-nos por meio da inspiração.

A Psicografia e a caridade no Auxílio com a Justiça


No Brasil, em alguns casos, a psicografia foi utilizada como prova em tribunal. Textos psicografados por Chico Xavier foram aceitos como provas judiciais (entre outras que também foram apresentadas pela defesa) e mostraram-se como elementos decisivos nas sanções aplicadas em três casos de julgamento de homicídio internacionalmente repercutidos, ocorridos nos estados de Goiás, Mato Grosso do Sul e Paraná entre os anos de 1976 e 1982.
Um dos casos mais famosos registrou-se em maio de 2006, em Porto Alegre (RS), tendo a ré, Iara Marques Barcelos sido inocentada do assassinato do ex-amante, Ercy da Silva Cardoso, graças a uma carta que teria sido ditada pelo falecido. Mais recentemente, em 17 de maio de 2007, o julgamento do réu, Milton dos Santos, pelo assassinato de Paulo Roberto Pires (o "Paulinho do Estacionamento") em abril de 1997, foi suspenso devido a uma carta recebida pelo médium Rogério Leite em uma sessão espírita realizada em 2004, na qual Paulinho inocenta o acusado. No entanto, o advogado Roberto Selva da Silva Maia indicou em um artigo18 que os documentos psicografados podem ser aceitos no tribunal como documento particular, mas não como prova judicial. Segundo ele, isso se dá porque a lei estabelece que a morte extingue a personalidade humana, logo um morto não poderia gerar documento legal. Também segundo ele, a psicografia depende da aceitação de premissas religiosas, e o judiciário não é religioso visto que nosso estado é laico e, não haveria forma de se usufruir do princípio do contraditório e da ampla defesa.
Em contrário a opinião de Roberto Selva da Silva Maia, a advogada Michele Ribeiro de Melo fez sua dissertação de mestrado defendendo a aceitação da psicografia como prova judicial, tendo conquistado o título de mestre em Direito pela Univem. Segundo ela, "A psicografia pode ser utilizada como prova judicial sem afrontar nenhum preceito constitucional ou princípio processual, muito pelo contrário, a admissibilidade desta espécie de prova ocorre em observância à garantia fundamental do direito à prova, aos princípios constitucionais e aos princípios que regem as provas em nosso ordenamento jurídico[...] Verificamos que a prova psicografada não ofende o princípio do Estado Laico, que prevê a liberdade de crenças e cultos religiosos, haja vista que a psicografia, como fenômeno mediúnico, é faculdade natural do ser humano, estudado pela ciência e não se trata de elemento religioso"

Como se dá a vibração entre médium e espírito

Estamos diante do psicógrafo comum. Antes do trabalho a que se submete, neste momento, auxiliares do plano espiritual já lhe prepararam as possibilidades para que não se lhe perturbe a saúde física. A transmissão da mensagem não será simplesmente "tomar a mão”. Há processos intrincados, complexos.
        No corpo do intermediário, grande laboratório de forças vibrantes: 
As glândulas do médium transformaram-se em núcleos luminosos, à guisa de perfeitas oficinas elétricas. 
Os condutores medulares formavam extenso pavio, sustentando a luz mental, como chama generosa de uma vela de enormes proporções. 
Os centros metabólicos infundiam surpresas. 
O cérebro mostrava fulgurações nos desenhos caprichosos. 
Os lobos cerebrais lembravam correntes dinâmicas. 
As células corticais e as fibras nervosas, com suas tênues ramificações, constituíam elementos delicadíssimos de condução das energias recônditas e imponderáveis. 
Nesse concerto, sob a luz mental indefinível, a epífise emitia raios azulados e intensos.
        Transmitir mensagens de uma esfera para outra, no serviço de edificação humana demanda esforço, boa vontade, cooperação e propósito consistente. É natural que o treinamento e a colaboração espontânea do médium facilitem o trabalho; entretanto, de qualquer modo, o serviço não é automático... Requer muita compreensão, oportunidade e consciência.
        O intermediário não pode improvisar o estado receptivo. A sua preparação espiritual deve ser incessante. Qualquer incidente pode perturbar-lhe o aparelhamento sensível. Além disso, a cooperação magnética do plano espiritual é fundamental para a execução da tarefa.
        Todo centro glandular é uma potência elétrica. No exercício mediúnico de qualquer modalidade, a epífise desempenha o papel mais importante. Através de suas forças equilibradas, a mente humana intensifica o poder de emissão e recepção de raios peculiares à esfera espiritual. É nela, na epífise, que reside o sentido novo dos homens; entretanto, na grande maioria deles, a potência divina dorme embrionária.
        A glândula pineal do intermediário expedia luminosidade cada vez mais intensa.
        A operação da mensagem não é nada simples, embora os trabalhadores encarnados não tenham consciência de seu mecanismo intrínseco, assim como as crianças, em se fartando no ambiente doméstico, não conhecem o custo da vida ao sacrifício dos pais.
Muito antes da reunião que se efetua, o médium já foi objeto de atenção especial da espiritualidade, para que os pensamentos grosseiros não lhe pesem no campo íntimo. 
Foi convenientemente ambientado e, ao sentar-se aqui, foi assistido por vários operadores do plano espiritual. 
Antes de tudo, as células nervosas receberam novo coeficiente magnético, para que não haja perdas lamentáveis do tigróide (corpúsculos de Nissl), necessário aos processos da inteligência.   
O sistema nervoso simpático, mormente o campo autônomo do coração, recebeu auxílios enérgicos e o sistema nervoso central foi convenientemente atendido, para que não se comprometa a saúde do trabalhador de boa vontade. 
O vago foi defendido por influenciação espiritual contra qualquer choque das vísceras. 
As glândulas supra-renais receberam acréscimo de energia, para que se verifique acelerada produção de adrenalina, de que precisamos para atender ao dispêndio eventual das reservas nervosas.
        Nesse instante, o médium parecia quase desencarnado. Suas expressões grosseiras, de carne, haviam desaparecido, tamanha a intensidade da luz que o cercava, oriunda de seus centros perispirituais. Expressão mais significativa do homem imortal, filho do Deus Eterno. Cada célula é um motor elétrico que necessita de combustível para funcionar, viver e servir.
Resumindo, o Médium é assistido, auxiliado e cuidadosamente preparado atrávés de energias vibratórias e gozam de saúde proveniente de uma cura recebendo constantemente energias para que este processo não prejudique sua saúde mental, física e espíritual.

O processo de comunicação dos espíritos



O processo das comunicações entre os planos visível e invisível, mormente quando se trata de trabalhos que interessam de perto o progresso moral das criaturas, trabalhos esses que requerem a utilização de inteligências nobilíssimas do Espaço, cujo grau de elevação o meio terrestre não pode comportar, verifica-se, quase que invariavelmente, dentro de um tele-dinamismo poderoso, que estais longe ainda de apreciar nas vossas condições de espíritos encarnados.
        Entidades sábias e benevolentes, que já se desvencilharam totalmente dos envoltórios terrenos, basta que o desejem, para que distâncias imensas sejam facilmente anuladas, a fim de que os seus elevados ensinamentos sejam ministrados, desde que haja cérebro possuidor de capacidade receptiva e que lhes não ofereça obstáculos insuperáveis.
Esta análise do papel dos médiuns e dos processos pelos quais os Espíritos se comunicam é tão clara quanto lógica. Dela decorre, como princípio, que o Espírito haure, não as suas ideias, porém, os materiais de que necessita para exprimi-las, no cérebro do médium e que, quanto mais rico em materiais for esse cérebro, tanto mais fácil será a comunicação.  Quando o Espírito se exprime num idioma familiar ao médium, encontra neste, inteiramente formadas, as palavras necessárias ao revestimento da ideia; se o faz numa língua estranha ao médium, não encontra neste as palavras, mas apenas as letras. Por isso é que o Espírito se vê obrigado a ditar, por assim dizer, letra a letra, tal qual como quem quisesse fazer que escrevesse alemão uma pessoa que desse idioma não conhecesse uma só palavra.  Se o médium é analfabeto, nem mesmo as letras fornece ao Espírito. Preciso se torna a este conduzir-lhe a mão, como se faz a uma criança que começa a aprender. Ainda maior dificuldade a vencer encontra aí, o Espírito.
        Estes fenômenos,  pois, são possíveis e há deles numerosos exemplos; compreende-se, no entanto, que semelhante maneira de proceder pouco apropriada se mostra para comunicações extensas e rápidas e que os Espíritos hão de preferir os instrumentos de manejo mais fácil, ou, como eles dizem, os médiuns bem aparelhados do ponto de vista deles.
        Se os que reclamam esses fenômenos, como meio de se convencerem, estudassem previamente a teoria, haviam de saber em que condições excepcionais eles se produzem.
Ressaltando que Deus na sua infinita bondade envia nos seus anjos de luz para estar sempre ao nosso lado. Eles nos ampara, nos livra da dor. Basta deixar cair o véu da ignorância e ver com os olhos da alma que não estamos sozinhos. Há muito mais entre o céu e a Terra que nossa vã filosofia.

Muita Luz a todos!!!
Wal Oliveira