09 julho 2015

O céu egipcio, e sua deusa!




Nut é a Deusa Egípcia considerada Mãe dos Céus que acolhe os mortos de seu império. Ela era, originalmente, a Deusa do céu diurno, onde nascem as nuvens, com o passar do tempo a influência de Dela cresceu e passou a personificar não somente o céu diurno, mas o firmamento inteiro e tudo o que era contido entre o nascer e o pôr do sol.
Parte do hieróglifo que forma seu nome é um pote com água (pote determinative) que representa o útero. Seu nome também pode ser escrito como Neuth, Nuit e Nwt. Talvez até mesmo a Deusa Neith seja um desmembramento de Nut. É de seu nome que surgiram as palavras inglesas night (noite), nocturnal (noturno), and equinox (equinócio), e a palavra francesa nuit (noite).
Representada como uma mulher com o corpo, alongado, coberto de estrelas e a pele azul, normalmente ela está nua, com os pés e mãos tocando a terra, quando com roupas, seu vestido é escuro e coberto de estrelas. Ela também pode ser representada sob a forma de uma vaca, com cada olho representando a Lua e o Sol ou carregando Rá em suas costas. Também há imagens dela como uma leitoa amamentando vários porquinhos.
Enquanto mulher, seus braços e pernas, os pilares que sustentam seu corpo, o céu.
Ao ser retratada como uma mulher carregando um vaso na cabeça que, na verdade, é um pote com água, com que era honrada, o mesmo pote presente em seu nome representando a água, o útero e a criação.
Ao ser representada por alusão a uma metamorfose que espontaneamente teria passado. Era representada também por uma belíssima mulher, trazendo o disco solar orlando sua cabeça.
Um símbolo sagrado de Nut era a escada, usado por Osíris para entrar em seus céus celestiais. Este símbolo da escada foi chamado maqet e foi colocado em túmulos para proteger o falecido e invocar a ajuda do deus dos mortos.
Com o seu corpo alongado, coberto por estrelas, forma o arco da abóbada celeste que se estende sobre a terra. É como um abraço da deusa do céu sobre Geb, o Deus da Terra.
Filha de Tefnut e Shu, esposa de Geb e mãe de Osíris, Isis, Seth, Néftis e Hathor, Nut é considerada uma das mais antigas deusas do Panteão Egípcio, com as suas origens sendo encontrado na história da criação de Heliópolis, onde se iniciou a obra da criação do mundo segundo os egípcios.
Nut era festejada no “Festival das Luzes”; nos seus inúmeros templos serviam apenas mulheres, que cuidavam dos seus altares e rituais, na esperança de que após sua morte iam brilhar como “estrelas no corpo da Deusa celeste”. Mesmo com a diminuição do poder divino feminino nas dinastias mais recentes, Nut continuou a ser reverenciada, principalmente devido à sua importância nos ritos funerários e nas representações das tampas dos sarcófagos, tanto dos reis, quanto das pessoas humildes, assegurando assim a sua proteção após a morte e a certeza do renascimento.
Foi revelado à Rá, o Deus Sol, que seus netos, Nut e Geb gerariam uma criança que usurparia seu trono sobre as duas terras. Rá estava determinado a impedir que esta profecia nunca se concretizasse, por isso ele proibiu Nut e Geb de estar juntos, ordenando seu próprio filho, Shu, o pai de Nut e Geb separá-los por toda a eternidade. Como Shu era muito forte, ele ergueu sua filha para o alto e longe de seu irmão, assim ela passou a ser a abóbada estrelada do céu, deixando Geb prostrado abaixo dela. Mesmo assim, Nut e Geb conseguiram encontrar uma maneira de se unir e assim tiveram filhos.
Ao descobrir que Nut estava grávida, Rá ficou enfurecido. Ele pensou por muito tempo em como poderia evitar sua neta de dar à luz ao herdeiro de seu trono e assim, Ra, o Criador e Senhor de todo o Universo, decretou que não haveria um único dia dentro dos 360 dias do ano que Nut seria autorizado a dar à luz.
Atormentada, Nut tinha suplicou à Thoth, Deus da Magia e do Conhecimento, uma resposta para a sua situação. Ele ponderou o problema e disse para ela não se preocupar, pois encontraria uma resposta. Thoth foi ver Khonsu, o Deus que governa as fases da lua, e jogou um jogo de tabuleiro chamado Senet em que persuadiu Khonsu a apostar um pouco de sua luz. Quanto mais o jogo durava, maiores eram as apostas. Toth, ser o mais sábio dos Deuses, ganhou partidas suficientes para formar os cinco dias necessários para Nut para dar a luz a seus cinco filhos. Thoth adicionou esses dias a mais no final do velho ano e no início do novo, dias estes que não faziam parte de nenhum dia e de nenhum ano. Graças à sabedoria de Thoth, a maldição de Ra foi anulada e Nut pariu seus filhos naqueles cinco dias antes inexistentes. Osíris foi o primeiro, sendo seguido, em ordem, por Set, Hórus, Ísis e Néftis.
Como mulher, ela se arqueia sobre seu consorte Geb, erguida pelo seu pai Shu. Todas as manhãs Ela dá a luz à Rá e, a cada noite, ela o engole novamente.

Invoque Nut para: abundância, criação, fertilidade, geração, maternidade, morte, nutrição, proteção.
Animais: Vaca, Porca.
Aromas e ervas: Cravos, crisântemos, hortênsias, jasmim, lírios, rosa branca, rosa vermelha, benjoim, copo-de-leite, hissopo, mirra, sândalo.
Bebida e comidas: água, leite, chá de camomila, bolos doces, coco, pão, figos, chocolate branco.
Pedras: pérola dourada, lápis lazuli, malaquita, sodalita, turquesa, pedra estrela/pedra do sul azul.
Cores: azul claro, royal, e marinho, prateado e dourado.
Face da Deusa: Mãe.
Dia: Segunda-feira.
Elemento: água.
Estação do ano: Inverno.
Símbolos: estrelas, Ankh, sistro, chifres, vaso, estrela de 5 pontas, penas, representações do céu noturno ou o universo, moedas, conchas, ovos de pedra.
Epítetos:
Deusa da face estrelada;
Senhora de Tudo;
Ela que Protege;
Ela que segura milhares de almas;
A Grande Protetora;
O Horizonte Infinito;
A Mãe dos Deuses;

Parentesco:
Filha de Shu, o Deus do ar, com Tefnut, Deusa da umidade e das nuvens.
Irmã e esposa de Geb, o Deus da terra.
Mãe de Ísis, Néftis, Osíris, Hórus e Seth.

Espero que tenham gostado da aula, que os deuses lhe abençoem!

Raffi Souza