Nut é a
Deusa Egípcia considerada Mãe dos Céus que acolhe os mortos de seu império. Ela
era, originalmente, a Deusa do céu diurno, onde nascem as nuvens, com o passar
do tempo a influência de Dela cresceu e passou a personificar não somente o céu
diurno, mas o firmamento inteiro e tudo o que era contido entre o nascer e o
pôr do sol.
Parte do
hieróglifo que forma seu nome é um pote com água (pote determinative) que
representa o útero. Seu nome também pode ser escrito como Neuth, Nuit e Nwt.
Talvez até mesmo a Deusa Neith seja um desmembramento de Nut. É de seu nome que
surgiram as palavras inglesas night (noite), nocturnal (noturno), and equinox
(equinócio), e a palavra francesa nuit (noite).
Representada
como uma mulher com o corpo, alongado, coberto de estrelas e a pele azul,
normalmente ela está nua, com os pés e mãos tocando a terra, quando com roupas,
seu vestido é escuro e coberto de estrelas. Ela também pode ser representada
sob a forma de uma vaca, com cada olho representando a Lua e o Sol ou
carregando Rá em suas costas. Também há imagens dela como uma leitoa
amamentando vários porquinhos.
Enquanto
mulher, seus braços e pernas, os pilares que sustentam seu corpo, o céu.
Ao ser
retratada como uma mulher carregando um vaso na cabeça que, na verdade, é um
pote com água, com que era honrada, o mesmo pote presente em seu nome
representando a água, o útero e a criação.
Ao ser
representada por alusão a uma metamorfose que espontaneamente teria passado.
Era representada também por uma belíssima mulher, trazendo o disco solar
orlando sua cabeça.
Um símbolo
sagrado de Nut era a escada, usado por Osíris para entrar em seus céus
celestiais. Este símbolo da escada foi chamado maqet e foi colocado em túmulos
para proteger o falecido e invocar a ajuda do deus dos mortos.
Com o seu
corpo alongado, coberto por estrelas, forma o arco da abóbada celeste que se
estende sobre a terra. É como um abraço da deusa do céu sobre Geb, o Deus da
Terra.
Filha de
Tefnut e Shu, esposa de Geb e mãe de Osíris, Isis, Seth, Néftis e Hathor, Nut é
considerada uma das mais antigas deusas do Panteão Egípcio, com as suas origens
sendo encontrado na história da criação de Heliópolis, onde se iniciou a obra
da criação do mundo segundo os egípcios.
Nut era
festejada no “Festival das Luzes”; nos seus inúmeros templos serviam apenas
mulheres, que cuidavam dos seus altares e rituais, na esperança de que após sua
morte iam brilhar como “estrelas no corpo da Deusa celeste”. Mesmo com a
diminuição do poder divino feminino nas dinastias mais recentes, Nut continuou
a ser reverenciada, principalmente devido à sua importância nos ritos
funerários e nas representações das tampas dos sarcófagos, tanto dos reis,
quanto das pessoas humildes, assegurando assim a sua proteção após a morte e a
certeza do renascimento.
Foi revelado
à Rá, o Deus Sol, que seus netos, Nut e Geb gerariam uma criança que usurparia
seu trono sobre as duas terras. Rá estava determinado a impedir que esta
profecia nunca se concretizasse, por isso ele proibiu Nut e Geb de estar
juntos, ordenando seu próprio filho, Shu, o pai de Nut e Geb separá-los por
toda a eternidade. Como Shu era muito forte, ele ergueu sua filha para o alto e
longe de seu irmão, assim ela passou a ser a abóbada estrelada do céu, deixando
Geb prostrado abaixo dela. Mesmo assim, Nut e Geb conseguiram encontrar uma
maneira de se unir e assim tiveram filhos.
Ao descobrir
que Nut estava grávida, Rá ficou enfurecido. Ele pensou por muito tempo em como
poderia evitar sua neta de dar à luz ao herdeiro de seu trono e assim, Ra, o
Criador e Senhor de todo o Universo, decretou que não haveria um único dia
dentro dos 360 dias do ano que Nut seria autorizado a dar à luz.
Atormentada,
Nut tinha suplicou à Thoth, Deus da Magia e do Conhecimento, uma resposta para
a sua situação. Ele ponderou o problema e disse para ela não se preocupar, pois
encontraria uma resposta. Thoth foi ver Khonsu, o Deus que governa as fases da
lua, e jogou um jogo de tabuleiro chamado Senet em que persuadiu Khonsu a
apostar um pouco de sua luz. Quanto mais o jogo durava, maiores eram as
apostas. Toth, ser o mais sábio dos Deuses, ganhou partidas suficientes para
formar os cinco dias necessários para Nut para dar a luz a seus cinco filhos.
Thoth adicionou esses dias a mais no final do velho ano e no início do novo,
dias estes que não faziam parte de nenhum dia e de nenhum ano. Graças à
sabedoria de Thoth, a maldição de Ra foi anulada e Nut pariu seus filhos
naqueles cinco dias antes inexistentes. Osíris foi o primeiro, sendo seguido,
em ordem, por Set, Hórus, Ísis e Néftis.
Como mulher,
ela se arqueia sobre seu consorte Geb, erguida pelo seu pai Shu. Todas as
manhãs Ela dá a luz à Rá e, a cada noite, ela o engole novamente.
Invoque Nut
para: abundância, criação, fertilidade, geração, maternidade, morte, nutrição,
proteção.
Animais:
Vaca, Porca.
Aromas e
ervas: Cravos, crisântemos, hortênsias, jasmim, lírios, rosa branca, rosa
vermelha, benjoim, copo-de-leite, hissopo, mirra, sândalo.
Bebida e
comidas: água, leite, chá de camomila, bolos doces, coco, pão, figos, chocolate
branco.
Pedras:
pérola dourada, lápis lazuli, malaquita, sodalita, turquesa, pedra
estrela/pedra do sul azul.
Cores: azul
claro, royal, e marinho, prateado e dourado.
Face da
Deusa: Mãe.
Dia:
Segunda-feira.
Elemento:
água.
Estação do
ano: Inverno.
Símbolos:
estrelas, Ankh, sistro, chifres, vaso, estrela de 5 pontas, penas,
representações do céu noturno ou o universo, moedas, conchas, ovos de pedra.
Epítetos:
Deusa da
face estrelada;
Senhora de
Tudo;
Ela que
Protege;
Ela que
segura milhares de almas;
A Grande
Protetora;
O Horizonte
Infinito;
A Mãe dos
Deuses;
Parentesco:
Filha de
Shu, o Deus do ar, com Tefnut, Deusa da umidade e das nuvens.
Irmã e
esposa de Geb, o Deus da terra.
Mãe de Ísis,
Néftis, Osíris, Hórus e Seth.
Espero que
tenham gostado da aula, que os deuses lhe abençoem!
Raffi Souza