26 fevereiro 2016

OXALÁ


Oxalá ou Obatala, o Orixá, o Rei da Roupa Branca ou, ainda, o Grande Orixá é o mais importante dos deuses Yorubá. Foi o primeiro a ser criado por Olodumaré, o Deus Supremo, que lhe conferiu o poder de sugerir, Axé, e de realizar, Axé, razão pela qual é saudado com o título de Alabalaxé.

É o Orixá supremo, considerado o Pai de todos. Orixá do equilíbrio, da fraternidade, da união, Senhor da pureza. É um Orixá pacificador. A este Orixá pedimos proteção, força, harmonia e paz.

Oxalá se apresenta de três formas diferentes segundo o Candomblé:

Oxalá Menino: OXAGUIAN - sincretizado por Menino Jesus de Praga.
Oxalá Velho: OXALUFAM - sincretizado por Jesus Cristo no Monte das Oliveiras.
Oxalá (Morto): OXALÁ - sincretizado por Jesus Cristo.


O símbolo do primeiro é uma idá (espada), o do segundo é uma espécie de cajado em metal, chamado ôpá xôrô.
Diz-se, na Bahia, que existem dezesseis Oxalás, sendo, porém, dois os mais evocados: Oxalufan e Oxagiyan. O primeiro, Oxalufan ,que foi o rei de Ifan, é um Oxalá muito velho, curvado pelos anos, que anda com dificuldade e hesitação, como se estivesse atacado pelo reumatismo.
Ele apoia seus passos cabaleantes sobre um Paxorô, grande bastão de metal branco, encimado pela imagem de um pássaro e ornado por discos de metal e pequenos sinos. Em contraste, Oxagiyan, que foi rei de Ejigbo, é um guerreiro jovem e valente. Ele gostava, exageradamente, de inhame triturado no pilão, prato denominado Yan, em Yorubá, o que lhe valeu o apelido de "o Orixá que come inhame pilado", expressão equivalente, em Yorubá, a Orixá je iyan, que daria origem ao nome Oxagiyan. Quando as iaôs deste orixá dançam, elas brandem um pilão e um escudo numa das mãos e, na outra, uma espada. Saúdam-se estes dois Oxalás gritando-se Epa Babá, "Viva o Pai"ou, então, Exé eee!, "Boa Atividade".
(fonte: http://www.terreirodeyansa.hpg.ig.com.br/orixa/oxala.htm)

Dia da semana: Sexta-feira (Camdomblé) e Domingo (Umbanda)
Dia de comemoração: 25 de Dezembro
Cor: Branca. Para Oxalá, o branco significa a serenidade, a calma, o silêncio, indicando que ele não gosta de violência, disputas ou barulho, assim como não gosta de cores fortes.
Metal: Metais Brancos como ouro branco e prata, níquel.
Astro regente: Sol
Flores: Lírios, rosas e palmas brancas, narciso, camélia.
Frutas: Uva branca, maçã, pêra, abacaxi.
Velas: Branca
Doces: Merengue (suspiro), cocada, doce de coco.
Comida: Arroz branco cozido, com ou sem mel. Canjica branca cozida com mel
e algodão por cima.
Bebidas: Água mineral, mel puro.
Ervas: Boldo, folha de pata de vaca, manjericão, tapete de Oxalá, erva cidreira,
saião.
Sincretismo: Jesus
Pedra: Diamante
Local de oferenda: Praia e campinas, topos de morros.
Saudação: BABA EKÊ, AÊ BABA

(Fontes: internet.)


Orígem e História

OXALÁ é o detentor do poder genitor masculino. Todas suas representações incluem o branco. E um elemento fundamental dos primórdios, massa de ar e massa de água, a protoforma e a formação de todo tipo de criaturas no AIYE e no ORUN. Ao incorporar-se, assume duas formas: OXAGUIÃ jovem guerreiro, e OXALUFÃ, velho apoiado num bastão de prata (APAXORÓ). OXALÁ é alheio a toda violência, disputas, brigas, gosta de ordem, da limpeza, da pureza. Sua cor é o branco e o seu dia é a sexta-feira. Seus filhos devem vestir branco neste dia. Pertencem a OXALÁ os metais e outras substâncias brancas.

Na África, todos os Orixás relacionados a criação são designados pelo nome genérico de Orixá Fun Fun. O mais importante entre todos eles chama-se Orixalá(Òrìsanlà), ou seja, o grande Orixá, que nas terras de Igbó e Ifé é cultuado cmo Obatalá, rei do pano branco. Eram cerca de 154 Orixás Fun Fun, mas no Brasil a quantidade se reduz significativamete, sendo que dois, Orixá Olùfón, rei de Ifón (Oxalufã), Orixá Ógìyán, o comedor de inhame e rei de Egigbó(Oxaguiã), tornaram-se suas expressões mais conhecidas.

A designação de Orixá Fun Fun se deve ao fato de a cor branca configurar-se como a cor da criação, guardando a essência de todas as demais. O brando representa todas as possibilidades, a base de qualquer criação. O nome Orisanlá foi contraído e deu orígem a palavra Oxalá, e com esse nome o grande Deus-pai passoua ser conhecido no Brasil. Todos os Orixás Fun Fun foram reunidos em Oxalá e divididos em várias qualidades de suas duas configurações principais: Òsálufón, Osagiyan, sendo este último, jovem e grerreiro, filho do primeiro mais velho e paciencioso.

25 fevereiro 2016

Ponche das fadas / Receitas Magicas


RECEITA PARA ATRAIR UM NOVO AMOR OU INCREMENTAR O RELACIONAMENTO

Ingredientes:

- Maçãs com casca picadas
- Pêras picadas
- Abacaxi cortado em cubinhos
- Gomos de laranja picados
- Cerejas
- Suco de maçã
- Guaraná
- Soda limonada
- Champanhe

Preparo:
Misture todas as frutas picadas com o suco, os refrigerantes e o champanhe bem gelados.

24 fevereiro 2016

Os fundamentos da Umbanda Sagrada



A Umbanda, ainda que não evidencie isso à primeira vista, é uma religião muito rica em fundamentos divinos. E, se isso acontece, é porque é nova, não foi codificada totalmente e não tínhamos um indicador seguro que nos auxiliasse na decodificação dos seus mistérios.
Atualmente, um século após sua fundação por Zélio Fernandino de Moraes e o senhor Caboclo das Sete Encruzilhadas, espíritos mensageiros têm transmitido-nos algumas chaves mestras que têm aberto vastos campos para decodificarmos seus mistérios e iniciarmos sua verdadeira codificação, tornando-a tão bem fundamentada que talvez, no futuro, outras religiões recorram a estas chaves para interpretarem seus próprios mistérios. Se não, vejamos:

1º) Na Umbanda, as linhas de trabalhos espirituais, formadas por espíritos incorporadores, têm nomes simbólicos.

2º) Os guias incorporadores não se apresentam com outros nomes, e só se identificam por nomes simbólicos.
3º) Todos eles são magos consumados e têm na magia um poderoso recurso, ao qual recorrem para auxiliarem as pessoas que vão aos templos de Umbanda em busca de auxílio.
4º) Um médium umbandista recebe em seus trabalhos vários guias espirituais cujas manifestações ou incorporações são tão características que só por elas já sabemos a qual linha pertence o espírito incorporado.
5º) As linhas são muito bem definidas e os espíritos pertencentes a uma linha falam com o mesmo sotaque, dançam e gesticulam mais ou menos iguais e realizam trabalhos mágicos com elementos definidos como deles e mais ou menos da mesma forma.
6º) Cada linha está ligada a alguns orixás e podemos identificar nos seus nomes simbólicos a qual dos espíritos de uma mesma linha são ligados.
7º) Isto acontece tanto com as linhas da direita quando com as da esquerda, todas regidas pelos sagrados orixás.
Com isso, temos chaves importantes para avançarmos no estudo dos fundamentos da Umbanda Sagrada até chegarmos ao âmago do mistério dos seus nomes simbólicos. Mas para chegarmos ao âmago, antes temos que saber qual é o meio ou a diretriz que nos guiará nesta busca, já que temos linhas de Caboclos, Pretos-velhos, Crianças, Baianos, Boiadeiros, Marinheiros, Exús, Pomba-giras, etc. E esta chave mestra se chama “Fatores de Deus”. Antes de falarmos sobre fatores ou sobre o que eles significam, precisamos abrir um pouco mais o leque de assuntos desse nosso comentário para fundamentarmos os mistérios da Umbanda Sagrada.
Voltemo-nos para a Bíblia Sagrada e nela vamos ler algo semelhante a isso:
- E no princípio havia o caos.
- E Deus ordenou que do caos nascesse a luz, e a luz se fez.
- E Deus ordenou tudo e tudo foi feito segundo suas determinações verbais e o “verbo divino”, realizados por sua excelência sagrada.
Identificou nas determinações dadas por Deus a essência de suas funções ordenadoras e criacionistas. Assim explicado, o “verbo divino” é uma função e cada função é uma ação realizadora.

Mas, se assim é, tem que haver um meio através do qual o verbo realizador faça sua função criadora. E esse meio não pode ser algo comum mas sim extraordinário, divino mesmo, já que é através dele que Deus realiza. E se cada verbo é uma função criadora em si mesmo, e muitos são os verbos, então esse meio usado por Deus tem que ter em si o que cada verbo precisa para se realizar enquanto função divina criadora de ações concretizadoras do seu significado excelso.
Nós sabemos que a alusão ao verbo divino na Bíblia Sagrada não teve até agora uma explicação satisfatória pelos estudiosos dela e pelos seus mais renomados intérpretes, relegando-o apenas às falas ou pronunciamentos de Deus. Mas isto também se deve ao fato de seus intérpretes não terem atinado com a chave mestra que abre o mistério do “verbo divino” mas que agora, de posse da Umbanda Sagrada, explica-nos tudo, desde o caos bíblico ao big-bang dos astrônomos e desde o surgimento da matéria até o estado primordial da criação tão buscado atualmente pela física quântica. Sim, o verbo divino e seu meio de realizar suas ações tanto está na concretização da matéria quanto no mundo rarefeito da física quântica. E está desde a reprodução celular quanto na geração dos corpos celestes.
- O verbo divino é a ação!
- E o meio que ele usa para realizar-se enquanto ação, denominamos de fatores de Deus.

Por fatores, entendam as menores coisas ou partículas criadas por Deus e elas são vivas e são o meio do verbo divino realizar-se enquanto ação, já que cada fator é uma ação realizadora em si mesmo e faz o que o verbo que o identifica significa.
- Assim, se o verbo acelerar, significa agilizar o movimento de algo, o fator acelerador é o meio usado por Deus para acelerar o movimento ou o deslocamento do que criou e deve evoluir. E o mesmo acontece, ainda que em sentido contrário, com o verbo desacelerar e com o seu fator identificador que é o fator desacelerado.
- Já o verbo movimentar, cujo significado é dar movimento a algo, tem como meio de realizar-se enquanto ação o fator movimentador. O mesmo acontece com verbo paralisar, cuja função é oposta e que tem como meio de se realizar como ação o fator paralisador.
- E o verbo abrir tem como meio de se realizar como ação o fator abridor. Já o verbo fechar, cuja função é oposta ao verbo abrir, tem como meio de se realizar como ação o fator fechador.
- E o verbo trancar, cujo significado é o de prender, tem como meio de se realizar enquanto ação o fator trancador. E o verbo abrir, cujo significado é o de liberar, tem como meio de se realizar enquanto ação o fator abridor.
- E o verbo direcionar, cujo significado é dar rumo a algo, tem como meio de se realizar enquanto ação o fator direcionador. Já o verbo desviar, cujo significado é o de desviar do alvo, tem como meio de se realizar enquanto ação o fator desviador.
- E o verbo gerar, cujo significado é fazer nascer algo, tem como meio de se realizar enquanto ação realizadora o fator gerador. E o verbo esterilizar, cuja função é oposta, tem como meio para se realizar enquanto ação o fator esterilizador.
- E o verbo magnetizar, cujo significado e função é dar magnetismo a algo, tem como meio para se realizar enquanto ação o fator magnetizador. Já o verbo desmagnetizar, cuja função e significado são opostos, tem como meio para se realizar enquanto ação o fator desmagnetizador.
- E o verbo cortar, cujo significado e função é partir algo, tem como meio para se realizar enquanto ação o fator cortador. Já o verbo unir, cujo significado e função é juntar algo, tem como meio para se realizar enquanto ação o fator unidor.
Muitos são os verbos e cada um é em si a ação que significa e muitos são os meios existentes no que denominamos por fatores de Deus. Aqui, neste comentário, já citamos os verbos:
- Acelerar e Desacelerar; - Movimentar e Paralisar; - Abrir e Fechar; - Trancar e Abrir; - Direcionar e Desviar; - Gerar e Esterilizar; - Magnetizar e Desmagnetizar; - Cortar e Unir.

São poucos verbos se comparados aos muitos que existem, mas são suficientes para os nossos propósitos.
Tomemos como exemplo o verbo trancar e o fator trançador e vamos transporta-los para uma linha de trabalhos espirituais e mágicos de Umbanda, a dos Exus trancadores, onde temos estes nomes simbólicos:
- Exu Tranca-ruas, ligados a Ogum.
- Exu Tranca-tudo, ligados a Oxalá.
- Exu Tranca-giras, ligados a Oyá.
- Exu Sete Trancas, ligados a Obaluayê.
- Exu Tranca Fogo, ligados a Xangô.
- Exu Tranca Rios, ligados a Oxum.
- Exu Tranca Raios, ligados a Yansã.
- Exu Tranca Matas, ligados a Oxossi.


Se o verbo trancar significa prender, e se o fator trancador é o meio pelo qual ele se realiza enquanto ação, então todo exu que tenha em seu nome simbólico a palavra tranca é um gerador desse fator e que, quando o irradia tranca algo, certo? E se tomarmos o verbo abrir e o fator abridor, temos uma linha de trabalhos espirituais e mágicos de Umbanda, a dos Exus abridores, onde temos estes nomes simbólicos:


- Exu abre tudo – ligado a Oxalá.
- Exu abre caminhos – ligado a Ogum.
- Exu abre portas – ligado a Obaluayê.
- Exu abre matas – ligado a Oxossi.
- Exu abre tempo – ligado a Oyá.


E se tomarmos o verbo romper, aqui não citado, e o fator através do qual sua ação se realiza, temos estas linhas de trabalhos espirituais e mágicos:

- Ogum rompe tudo – ligado a Oxalá.
- Ogum rompe matas – ligado a Oxossi.
- Ogum rompe nuvens – ligado a Yansã.
- Ogum rompe solo – ligado a Omulú.
- Ogum rompe águas – ligado a Yemanjá.
- Ogum rompe ferro – ligado a Ogum.


E temos linhas de Caboclos e de Exus com estes mesmos nomes:
- Caboclos e Exus rompe tudo.
- Caboclos e Exus rompe matas.
- Caboclos e Exus rompe nuvens.
- Caboclos e Exus rompe solo.
- Caboclos e Exus rompe águas.
- Caboclos e Exus rompe ferro.


Muitos são os verbos e cada um tem um meio ou fator através do qual se realiza enquanto ação. Por isto, afirmamos que a Umbanda é riquíssima em fundamentos e não precisa recorrer aos fundamentos de outras religiões para explicar suas práticas ou os nomes simbólicos dados aos Orixás, que são as divindades realizadoras do verbo divino ou as suas linhas de trabalhos espirituais e mágicos, que são manifestadores espirituais dos mistérios do verbo divino. Se atinarem bem para a riqueza contida no simbolismo da Umbanda Sagrada, poderão dispensar até as interpretações antigas herdadas do culto ancestral aos Orixás praticado em solo africano, porque Deus, ao criar uma religião, dota-a de seus próprios fundamentos divinos e espera que seus adeptos os descubram e os aplique a sua Doutrina e práticas, aperfeiçoando sua concepção do divino existente nos seus mistérios.
 


TEXTO DE RUBENS SARACENI

23 fevereiro 2016

O que é uma Amarração?


A amarração, é um processo místico que consiste num maldição lançada com a finalidade de unir 2 pessoas, sexual ou amorosamente.
Uma amarração, pressupõem que em simultâneo se celebrem 2 tipos de malefícios:
Por um lado, é realizado um trabalho de união dos caminhos de vida das 2 pessoas que se deseja amarrar, ao passo que por outro lado, á pessoa amarrada são desviados os rumos de vida relativamente a quaisquer outras terceiras pessoas.
Que as bruxarias alteram o destino da vida de uma pessoa, já a Bíblia atesta no Livro de Ezequiel, onde assim podemos ler a propósito das bruxas:

Vos profanais-me por um punhado de cevada ou um pedaço de pão,
destinando á morte quem não devia morrer
e destinando á vida que não deveria viver (….)
caçais gente como pássaros (….)
As pessoas que vós aprisionaste como se fossem pássaros 


Ezequiel 13; 17-23

Assim se verifica que o profeta de Deus se queixa que as bruxas estão alterando os destinos daqueles afectados pelas bruxarias. Pois uma bruxaria de amarração, consiste precisamente numa maldição que caindo sobre a vida de uma pessoa, lhe altera o destino e remete os rumos de vida para junto da pessoa que encomendou a amarração.
Assim, está-se alterando o destino de uma pessoa, para que ela jamais encontre felicidade e descanso junto de outrem, senão com quem encomendou a amarração.
Trata-se um processo místico por via do qual se invocam espiritos que vão entrar e influenciar na vida de uma pessoa, de forma a leva-la a ficar com alguém que encomendou esse trabalho a troco de dinheiro. 

Pela amarração, espíritos são invocados, espíritos são dirigidos á vida de uma pessoa. Esses espíritos farão cumprir uma maldição.

Maldição essa, que vai condenar uma pessoa a ter o seu caminho de vida «cruzado» ou «apegado» a um outra pessoa.
Isso significa que todo os passos do caminho de vida que essa pessoa que foi amarrada tentar, que não conduzam á pessoa que a amarrou, serão caminhos de dor e sofrimento, seja para si mesma, ou seja para os outros que estejam ao seu lado.
Assim, enquanto essa pessoa não ficar junto de quem encomendou a amarração, ela encontrará sempre á sua volta ou dor, ou angustia, ou contratempos, ou sofrimentos, ou lágrimas, ou bloqueios, sejam em si mesma, seja naqueles que a rodeia.
Assim será feito para que essa pessoa não tenha paz, e para que essa pessoa sofra enquanto se mantiver separada de quem a mandou amarrar.
Essa pessoa apenas terá descanço e paz quando estiver junto de quem a amarrou, e enquanto andar longe de quem a amarrou, nada mais lhe vai restar senão essa maldição. 

Cabe ás entidades espirituais terrenais e mais próximas deste mundo, especialmente aquelas ligadas á luxúria e á vingança, realizar tais tarefas de maldição. Tais entidades são invocadas por via rituais de magia negra.

Que efeitos produz uma amarração?
Uma amarração faz uma pessoa ficar com outra, ou faz ela voltar, faz ela desejar e não conseguir deixar de pensar nessa outra pessoa.


Como é que uma amarração consegue levar a uma  união?

Uma amarração produz esse resultado de união porque as entidades espirituais que vão abordar a pessoa amarrada vão causar certos efeitos na vida dela. 

Ao assim ser, uma amarração abre aquela porta que estava fechada, para que a pessoa que fez a amarração entre por essa porta e acabe conquistando vitoriosamente a vida da outra pessoa. 

Você pergunta:

- que efeitos produz uma amarração? Que efeitos tem o espírito que está operando invisivelmente uma amarração na vida de uma pessoa?


Os espíritos provocarão fundamentalmente 5 tipos de efeitos na vida da pessoa que estão querendo amarrar a quem encomendou o trabalho demagia. 

Os 5 efeitos de uma amarração são:

1-Os espíritos vão murmurar a todo o tempo o nome de quem pediu a amarração, ao ouvido da pessoa amarrada, numa tortura invisível. Os espíritos vão assim fazer com que essa pessoa se lembre a todo o momento de quem a amarrou. Se a pessoa for teimosa, ela pode até resistir um certo tempo á tentação de estar com a pessoa que mandou fazer a amarração, mas ela vai sofrer muito se não o fizer.
2- Os espíritos vão “embebedar” a pessoa amarrada com forte e ardente luxúria, com terrível desejo sexual, abrindo essa pessoa a uma irresistível sede de ter sexo.
3- Os espíritos vão amansar a pessoa, quebrando-lhe o espírito de forma a que a vontade da pessoa vá lentamente vergando e ela fique frouxa e mansa. Podem fazê-lo com constantes acontecimentos desmoralizadores que vão aos poucos abatendo a pessoa. Nesse caso, a pessoa vê todas as portas bloqueadas na sua vida e parece que nada dá certo, que a sorte abandonou a vida dessa pessoa amarrada. Nesse caso, a pessoa esta sendo quebrada e vergada.
4- Os espíritos vão causar aborrecimentos, infelicidades, perdas, dores, problemas e todo o tipo de contratempos á pessoa amarrada, ou a pessoa próximas de si. A pessoa vai sofrer imenso enquanto não estiver com a pessoa que encomendou a amarração. 

Ou será essa pessoa a sofrer, ou serão aquelas que lhes estão próximas, de forma a que a desolação e a angustaia sejam sempre o cenário que circunda e acompanha a vida dessa pessoa amarrada
. Quando a pessoa amarrada estiver junto da pessoa que a amarrou tudo vai acalmar e estar bem. Mas de cada vez que se afastar, essa pessoa amarrada vai sofrer os infernos. E cada vez que se recusar a falar ou voltar, essa pessoa amarrada vai sofrer esta maldição. Por isso se costuma dizer numa amarração: 

«que fulano tal não coma se não estiver ao meu lado;
que fulano tal não durma se não estiver ao meu lado; 
que fulano tal sofra todos os mais cruéis tormentos se não estiver ao meu lado; 
que fulano tal não tenha nenhuma felicidade se não estiver ao meu lado;
que fulano tenha o seu caminho amarrado ao meu, e se ele permanecer desviado de mim, que ele sofra problemas e tormentos, ou os seus assim padeçam para seu desgosto;
que todos aqueles que fulano tal ama e lhe são próximos vivam em angustia, para que fulano tal nunca conheça paz;
etc….»

5- Os espíritos podem mesmo infiltrar-se nos sonhos da pessoa amarrada, atormentando-a, ora com pesadelos e visoes, ora com constantes visões da pessoa que encomendou a amarração, ou com sonhos eróticos com essa pessoa, ou com maus pressentimentos ,gerando grande instabilidade mental e espiritual. Ao fazê-lo, estão torturando psicologicamente e quebrado o espírito da pessoa amarrada para que ela fique fraca e ceda aos desejos da pessoa que fez o trabalho. 

Ao realizar todos estes 5 tipos de efeitos na vida da pessoa amarrada,

(todos eles poderão suceder, ou então apenas aqueles que os espíritos acharem necessário causar para levar ao fim proposto)

o trabalho de amarração acaba abrindo uma porta para que a pessoa que encomendou a amarração entre por essa porta e acabe conquistando vitoriosamente a vida da outra pessoa. 


Amarração é por isso uma maldição


Uma maldição que faz os espíritos actuarem na vida da pessoaamarrada. 

E os resultados são dois:

1- Ou, em caso de total sucesso, a pessoa amarrada regressa, mansa e vergada;
2- Ou, em caso de algum bloqueio, a pessoa amarrada ficará amaldiçoada para sempre, condenada á infelicidade, ao tormento, á dor, aos constantes problemas que a atingem a ela ou a quem a rodeia, para que ela nunca mais seja feliz nesta vida.



Qualquer um destes resultados, é um resultado garantido quando se encomenda uma amarração. 

Uma amarração, é um poderoso trabalho de magia negra

È caso para dizer: 


«ou a pessoa amarrada fica consigo, ou ela nunca mais vai ter paz nessa vida..»

22 fevereiro 2016

Bruxaria e encruzilhadas



A mais forte bruxaria, ( seus rituais e feitiços), é praticada em encruzilhadas. Sabe porque é que desde tempos imemoriais, a bruxaria é praticada em encruzilhadas?

As encruzilhadas, enquanto local de praticas magicas profanas, encontram-se mencionadas nas sagradas escrituras. No livro de Ezequiel, podemos ler.

Tu porém confiaste demais na tua beleza (…) mas para cúmulo de todas as tuas maldades (…) construíste lugar de pecado nas encruzilhadas

Ezequiel 16, 1-25

As encruzilhadas são desde os tempos imemoriais, locais de eleição para a prática de bruxaria, rituais mágicos e feitiços.

Já nos tempos Greco-Romanos, era nas encruzilhadas que se colocavam estátuas de Hecate, a Deusa da magia, Deusa da noite, Deusa das bruxas e da bruxaria, a senhora dos infernos.

A estátua de Hecate consistia numa mulher de 3 faces, ou em 3 corpos femininos que se cruzam num só. As 3 faces ou 3 corpos de Hecate, representavam o domínio desta Deusa sobre o submundo infernal, ( a terra), a terra, ( onde a Deusa vagueava nas noites de Lua Cheia e Lua Nova),  e o mar, ( onde a Deus tinha os seus casos de luxúria).

Era perante essa estátua feminina de 3 faces ou 3 corpos, situada que estava numa encruzilhada, que os espíritos eram invocados através de rituais mágicos, e que a bruxaria era praticada.

Assim sucedeu desde sempre, pois a encruzilhada tem um significado oculto e espiritual:

Acreditava-se em tempos idos, que a encruzilhada era o local onde almas perdidas, assombrações e fantasmas acabavam por acorrer em certo tipo de noites.

Tratando-se todos eles de espíritos confusos e perdidos, acreditava-se alguns deles procuravam um caminho certo para aceder ao mundo espiritual, ao passo que outros deles procuravam simplesmente o caminho de regresso á sua casa.

Na sua desorientação, acabavam por se perder e tinham a tendência de permanecer indecisos numa encruzilhada, ponderando por qual dos caminhos deveriam optar para chegar ao seu desejado destino.

Também por esse motivo, nas religiões Greco-Romanas, acreditava-se que Hecate aparecia nas encruzilhadas, de forma a poder recolher as almas daqueles que deviam descer ao submundo, ou ao mundo dos mortos.

Por isso, as encruzilhadas eram locais preferenciais para a celebração de rituais de magia, feitiços e bruxarias, uma vez que nesse local era mais fácil aceder e convocar certo tipo de espíritos. 

È esse o motivo, pelo qual se enraizou a crença esotérica de que as encruzilhadas favorecem a bruxaria, e ainda nos dias de hoje subsiste a pratica de magia, ( dos mais diversos tipos), nas encruzilhadas.

19 fevereiro 2016

Amuletos e Talismãs


Amuleto é um objeto consagrado (geralmente uma pedra pequena e colorida, uma pedra preciosa ou parte de uma planta) magicamente carregado com poder para trazer amor ou boa sorte. Os amuletos, como as rezas e os talismãs, também podem ser usados para estimular a saúde, impedir os perigos e proteger contra as influências negativas, como o olho-grande.
Os amuletos para o amor são usados pelos Bruxos como instrumentos mágicos para inspirar o amor e o romance, unir amores distanciados, atrair um cônjuge, evitar que um caso de amor se rompa e outras situações afins.

Quase tudo pode ser usado como amuleto: uma pedra preciosa, uma figura religiosa, uma raiz, uma flor ou um osso. Podem ser levados na mão ou no bolso, usados como jóias, podem ser enterrados ou secretamente colocados em algum lugar dentro de casa, de um celeiro e até de um automóvel. Podem ser comprados, achados ou feitos. Podem também ser pintados ou receber inscrições de palavras mágicas ou de poder e/ou símbolos para atrair determinadas influências.
O uso de amuletos é universal em quase todas as culturas, sendo familiar aos europeus e americanos mais modernos sob a forma do pé de coelho para dar boa sorte, dos trevos de quatro folhas, das ferraduras, dos anéis com a pedra do signo e das moedas de boa sorte.
Outro tipo de amuleto é o patuá: uma bolsinha de couro, seda ou algodão cheia de objetos mágicos, usada ou levada junto da pessoa para proteger ou para atrair determinadas coisas. Um patuá com ervas mágicas, folhas, flores ou raízes é chamado de “patuá de ervas para o amor” ou “sachê de Bruxo”. Usados para a magia do amor são chamados de “patuás do amor” ou “mojos”. Na região sul dos Estados Unidos, são conhecidos como “hoodoo hans”, “tricks” e “tricken bags”. Os nativos americanos chamam-nos de “medicine bundles”, e, na áfrica, recebem o nome de “gris-gris”.
Talismã é um objeto feito a mão, de qualquer feitio ou material, carregado de propriedades mágicas para trazer boa sorte ou fertilidade e para repelir a negatividade.
Para carregar formalmente um talismã com poder é preciso primeiro gravá-lo e depois consagrá-lo. Inscrever nele os signos solar, lunar, astrológico, a data do nascimento, nome rúnico ou outro símbolo mágico que o personalize e lhe empreste um propósito.
O mais famoso de todos os talismãs mágicos é o triângulo Abracadabra que, nos tempos antigos, se acreditava possuir o poder de afastar as doenças e curar a febre quando as suas letras eram arrumadas em forma de pirâmide invertida (figura sagrada e símbolo da trindade) num pedaço de pergaminho, usado em torno do pescoço, enrolado com linho por nove dias e nove noites e, então, atirado sobre o ombro esquerdo num regato que corresse para o leste. (Diz-se que abracadabra é palavra cabalística derivada do nome “Abraxas”, deidade gnóstica mística cujo nome significa “não me atinge”.)
Na magia de Abramelin, talismãs mágicos poderosos, conhecidos como “quadrados mágicos”, são feitos de filas de números ou letras do alfabeto arrumadas de modo que as palavras possam ser lidas vertical e horizontalmente como palíndromos, e o total dos números é o mesmo quando somados em ambas as direções.
Para que um quadrado mágico de números funcione apropriadamente, devem ser incluídos números consecutivos partindo do um até que o quadrado esteja completo e, de acordo com as regras da numerologia, cada número só pode ser usado uma vez em cada quadrado.

12 fevereiro 2016

Nêmesis, a justiça divina


Nix, a noite acima da terra, unindo a Érebus criou Éter - a luz atmosférica e Hemera - a luz do dia. Desdobrando-se sozinha, Nix gerou divindades como as Hespérides, as Moiras, Éris, Lete e Nêmesis. Quase todos os descendentes de Nix foram abstrações personificadas como Nêmesis, que simboliza a indignação pela injustiça praticada e a punição divina diante do comportamento desmedido dos mortais. Os romanos a qualificavam como a inveja. Sua função essencial era restabelecer o equilíbrio quando a justiça deixa de ser praticada. No significado da palavra, em grego significa distribuir; assim Nêmesis é a justiça distributiva. 

Quando Gaia entregou Temis aos cuidados das deusas do destino, Temis e Nêmesispassaram a ser criadas juntas no Olimpo, tendo atributos em comum. Têmis tornou-se a personificação da ética e Nêmesis a personificação da vingança divina. Em Ramnunte localizava-se o templo de Nêmesis, onde havia uma estátua das duas deusas juntas. Quando os persas tentaram tomar a cidade de Atenas, Nêmesis interferiu encorajando o exército ateniense, pois os persas demonstram demasiada confiança na vitória, considerado sinal de desmesura - Hibrys. 

Nêmesis representa a força encarregada de abater toda a desmesura - Hibrys, como o excesso de felicidade de um mortal ou o orgulho dos reis em sua supremacia, etc. Essa é uma concepção fundamental do espírito helênico: tudo o que se eleva acima da sua condição, tanto no bem quanto no mal, expõe-se a represálias dos deuses. Tende, com efeito, a subverter a ordem do mundo, a pôr em perigo o equilibrio universal e, por isso, devia ser castigado para garantir que o universo se mantivesse como era. 

A palavra Nêmesis originalmente significava "distribuição da sorte", nem boa nem má, simplesmente, na proporção devida a cada um segundo seu merecimento. Poderia também ser o ressentimento quando alguém sofria por uma atitude alheia e Nemêsis não permitia que o ofensor passasse impune. Nas tragédias gregas, Nêmesis apareceuprincipalmente como o vingadora do crime e castigadora da arrogância, assemelhando-se às Erínias. 

Alguns a chamavam de Adrastéia que significa "aquela de quem não há escapatória". Como deusa da devida proporção e equilibrio, ela punia toda transgressão dos limites da moderação e restaurava a normal e boa ordem das coisas. E ao punir a ostentação desenfreada, ela se tornou uma divindade de castigo e vingança. Ostentando uma espada que representa a justiça, traz nas mãos uma ampulheta que adverte que a justiça pode demorar, mas é certeira. Por isso, muitas vezes é relacionada ao karma.

Nêmesis era também chamada "a inevitável". Atualmente, o termo Nêmesis é usado para descrever o pior inimigo de uma pessoa, normalmente alguém ou algo que é exatamente o oposto de si mas que é, também, de algum modo muito semelhante a si. É algo como o seu arquiinimigo, algo que o anula, mas nutre-lhe um grande respeito e admiração.


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Jung, médico suíço, foi um dos discípulos prediletos de Freud até se tornar um herege da psicanálise. Jung criou a psicologia arquetípica ou os modelos, padrões recorrentes e fixos que variam na forma, mas se repetem no conteúdo subjacente, mudam na superfície, mas não nos alicerces, mantendo a mesma essência com variadas máscaras.Dois dos muitos arquétipos são a híbris e a nêmesis.

A híbris é a arrogância do poder; a nêmesis é a punição dessa arrogância. Elas estão presentes quando a natureza pune a pretensão dos que se acham poderosos o suficiente para manipular o mundo e a vida a seu bel prazer. Às vezes é possível ser híbris e nêmesis ao mesmo tempo, provocando reações mistas. 

É compreensível que tenhamos orgulho das nossas conquistas resultantes dos nossos esforços, representada pela hybris. Porém, quando isso se torna motivo de soberba, com certeza veremos as nêmesis chegando até nós através dos que se afastam ou nos condenam diante da nossa reprovável arrogância e prepotência. Isso se aplica às pessoas, às nações, times de futebol e qualquer outro que tenha excesso de confiança, esquecendo que o equilibrio está na moderação. A arte imita a vida, e o filme Titanic expressou isso muito bem; um iceberg foi a nêmesis que causou o naufrágio do navio considerado inaufragável... 

10 fevereiro 2016

Atlântida, o paraíso que se perdeu


Segundo a lenda teria existido há muito tempo um grande continente, chamado Atlântida ou Atlantis. Situava-se no meio do Oceano Atlântico, frente às Portas de Hércules. Essas portas erguiam-se no local onde hoje está o Estreito de Gibraltar, fechando por completo o Mar Mediterrânio.


Atlântida teria sido um paraíso, uma lendária ilha cuja primeira menção conhecida remonta a Platão em suas obras "Timeu ou a Natureza" e "Crítias ou a Atlântida". Na ilha havia grandes e pequenas cidades com exóticas paisagens, clima agradável e belas florestas ao lado de extensas e férteis planícies onde os fortes animais eram dóceis.

Os atlantes eram senhores de uma civilização muito avançada. Tinham palácios e templos cobertos de ouro e outros metais preciosos, que destacavam-se numa paisagem onde o campo e a cidade conviviam em harmonia. Jardins, fontes, ginásios, estádios, estradas, aquedutos e pontes eram mantidos à disposição de todos. Desta abundância nasceram e prosperaram as artes e as ciências com muitos artistas, músicos e grandes sábios.

Mas não viviam completamente tranquilos, pois não estavam sozinhos no mundo. Apesar de cultivarem a paz e a harmonia, nunca deixaram de praticar as artes da guerra já que vários povos movidos pela inveja cobiçavam sua riqueza e tentavam conquistar a ilha. As vitórias obtidas contra os invasores foram tão grandiosas, que logo despertou o orgulho e a ambição de passar ao contra-ataque. 

Já não pensavam em apenas defenderem-se, mas em aumentar o território de Atlântida. Assim o poderoso exército Atlante preparou-se para a guerra. Aos poucos foram conquistando grande parte do mundo conhecido, dominando vários povos e várias ilhas em seu redor, como também uma grande parte da Europa Atlântica e parte do Norte de África. Os seus corações até então puros foram endurecendo como as suas armas. 

Enquanto se perdia a inocência nascia o orgulho, a vaidade, o luxo desnecessário, a corrupção e o desrespeito com os deuses. Poseidon, o deus dos mares, convocou os outros deuses para julgar os atlantes e decidiu aplicar-lhes um castigo exemplar. Como consequência vieram terríveis desastres naturais. 

As terras da Atlântida estremeceram violentamente. O dia fez-se noite e em seguida surgiu o fogo queimando as florestas e campos de cultivo. O mar inundou a terra de Atlântida com ondas gigantes, engolindo aldeias e cidades. Em pouco tempo, junto com seu excessivo orgulho, vaidade e desmedida ambição, a Atlântida desapareceu para sempre...

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Orgulho, vaidade, ostentação, soberba, arrogância, inveja e egoísmo são sete irmãos que convivem conosco. Eles agem como nossos amigos e são necessários para nutrir e fortalecer nosso amor próprio ou auto-estima. Porém se os deixamos crescer demais, eles se juntam podendo se tornar os nossos piores inimigos. 


ORGULHO é um sentimento de satisfação pela realização de algo, um elevado sentimento de dignidade pessoal que pode ser empregado tanto de forma positiva ou negativa. Ter orgulho dos próprios feitos é ser justo consigo mesmo, reconhecendo suas próprias capacidades. É uma forma de elogiar a si mesmo prestando justa homenagem aos seus esforços. Quem nunca olhou para algo que tenha feito e dito: Nem acredito que fui eu que fiz! 

Ter orgulho de si mesmo, admirar-se por um feito ou modo correto de ser é um sentimento positivo diante de conquistas que proporcionam alegria compartilhada com os outros. É uma manifestação de autoestima. Porém o orgulho em excesso pode se tornar negativo, levando a superestimar-se acreditando ser melhor, mais importante ou com grandes capacidades, embora não seja verdade. É aí que o orgulho se transforma na SOBERBA negativa. 

SOBERBA é um sentimento positivo que nos faz esforçar para vencer no mundo competitivo. É a soberba que nos leva a superar limitações e sermos mais competentes. O termo provém do latim Superbia, ou seja, ser melhor, superior,  mais alto, mais destacado. Prêmios e troféus são dados aos soberbos, ou seja, aos melhores. Porém a soberba pode tornar-se destrutiva quando se manifesta no racismo, no elitismo, nos preconceitos ideológicos ou religiosos que só servem para deflagar graves conflitos e hostilidades. 

Algumas vezes a soberba negativa pode-se se manifestar no excesso de humildade focada na inferioridade: se não pode se destacar sendo o melhor tenta se depreciar excessivamente diante dos outros para poder ouvir elogios e destaque de qualidades que não tem. O soberbo negativo tende a exibir-se a qualquer preço e desconhece a humildade para reconhecer a realização dos outros. Enamorado da própria existência, deseja despertar inveja e admiração nos outros para superar sua falta de autoestima. Quando é superado pelos outros, deixa-se dominar pela INVEJA depreciativa. 

A INVEJA não é um sentimento ruim; ruim são as manifestações pejorativas e depreciativas que dela provém. Querer ter poder, riqueza e status igual ao dos outros não é negativo, é uma reação natural do ser humano. Se isso serve como fator de motivação para o esforço de obter as mesmas coisas, aí a inveja é positiva. 

Inveja origina do latim Invidere que significa "não ver". Se há tristeza perante ao que o outro seja ou tem, se há o desejo de querer retirar algo dos outros, isso é cobiça. Cobiçar algo do próximo é sentir-se frustrado por não possuir atributos, qualidades e valor tanto quanto outros, sentindo-se incapaz de alcançá-la seja por incompetência, limitação física ou intelectual. A inveja se torna negativa quando a única intenção é alimentar a VAIDADE negativa.  

VAIDADE não é pecado, desde seja positiva. Pessoas vaidosas cuidam de si, de suas coisas e de outras pessoas. É a vaidade que evita que nos deixemos deteriorar. Porém a vaidade em excesso desperta a necessidade exagerada de cuidados, muitas vezes desrespeitando os próprios limites e submetendo-se a procedimentos e situações apenas para exibir-se. O vaidoso em excesso tem necessidade de se expor precisando receber aplausos de bajuladores, ainda que não sejam honestos. Com tantas bajulações, acaba tornando-se vítima da própria ARROGÂNCIA.  

A ARROGÂNCIA muitas vezes é confundida com a coragem de assumir as próprias opiniões. Ter personalidade é reconhecer os próprios méritos e ideias, desde que se disponha a ouvir a opinião e ideias dos outros. É comum aos arrogantes negativos recusar a aprender algo porque julga que sabe tudo e que suas ideias são melhores. E mesmo que não saiba, finge que sabe. A arrogância é na verdade um excesso de vaidade que impede de reconhecer a sabedoria dos demais. E, por concentrar em si mesmo, se deixa dominar pelo EGOÍSMO.

O EGOÍSMO tende a ser considerado pejorativo, mas na verdade ele é necessário para que cuidemos melhor de nós mesmos, que façamos as coisas primeiro para nós mesmos e assim podermos cuidar dos outros. O egoísmo utilizado de forma positiva chama-se autoestima; quem não ama primeiro a si mesmo não é capaz de amar verdadeiramente o outro. 

O egoísta negativo concentra-se apenas em si mesmo. Recusa-se a compartilhar o que tem e ainda cobiça e deseja o que é dos outros. O egoísta negativo sofre com sua ganância, pois é um eterno insatisfeito que busca ter tudo, talvez para encobrir alguma deficiência que considera insuperável, podendo lhe faltar AUTOESTIMA.   

A AUTOESTIMA está relacionada à nossa capacidade de sentir a vida, tendo a percepção de que somos merecedores do que nos faz bem, nos alegra e nos dá conforto. É reconhecer e respeitar as nossas necessidades e desejos desfrutando dos resultados de nossos esforços. É ter autoconhecimento e autoconfiança, enfrentando os problemas e obstáculos que possam interferir em nossa felicidade. 

A auto-estima é um sentimento positivo, mas se não temos consciência e domínio ela se tornará destrutiva. Tanto o excesso quanto a falta de autoestima são prejudiciais. O excesso de autoestima pode resultar no egoísmo negativo, na ganância de querer tudo somente para si não importando os outros, numa tentativa de superar a falta de autoestima. 

A auto-estima fortalece, dá energia e motivação. Quanto mais elevamos a nossa auto-estima, mais queremos crescer, não necessariamente no sentido profissional ou financeiro, mas dentro daquilo que esperamos viver durante nossa vida. Quanto mais baixa nossa auto-estima, menos desejamos fazer e é provável que menos ou pouco possamos realizar. Isso está diretamente relacionado à AUTOSEGURANÇA.  

A INSEGURANÇA se manifesta na dificuldade para enfrentar os problemas da vida por não confiar na própria capacidade ou pelo medo de expor suas ideias, vontades e necessidades. Pessoas inseguras em geral tem baixa autoestima, não respeitam a si mesmas, se desvalorizam, não se sentem merecedoras de amor e respeito por parte dos outros e se não se acham merecedoras do direito à felicidade.  

Pessoas com autoestima saudável não se envergonham de suas deficiências, limitações e dificuldades. Não tem dificuldade em pedir perdão, pois sabem reconhecer seus erros e culpas. É mais provável encontrarmos simpatia e compaixão em pessoas com auto-estima elevada do que naquelas com baixa auto-estima, pois o nosso relacionamento com o mundo tende a espelhar e refletir o relacionamento que temos com nós mesmos. 

A autoestima saudável produz sentimentos leves e gostosos, alegria, tolerância e paciência com os outros. Também nos dá a capacidade de utilizarmos a nossa inteligência para nos responsabilizarmos por nossos sentimentos; isso se chama Inteligência emocional. Não são os fatos ou as atitudes dos outros que nos incomodam; o que nos incomoda são os nossos sentimentos em relação a eles. 

Quando aprendemos a ter inteligência emocional nossa atenção se volta apenas para o que seja importante. Não nos desgastamos com coisinhas pequenas. Não insistimos numa discussão. Reconhecemos os nossos erros e admitimos nossas falhas, porque consideramos que o mais importante é a harmonia, bem estar e paz. Não estragamos um dia com caprichos infantis e inúteis.  

Desistimos de tratar as coisas de forma radical e nos tornamos mais flexíveis, não para conceder privilégio aos outros mas sobretudo pelo bem que desejamos fazer a nós mesmos. Quando descobrimos que a vida é efêmera e pode acabar num segundo, nossos sentimentos ganham novos valores. Prestamos mais atenção em nós mesmos, percebemos e filtramos os nossos pensamentos. Podemos mudar a nossa vida mudando a qualidade de nossos pensamentos, mas para isso precisamos de HUMILDADE.   

HUMILDADE vem do latim Humus, que significa filhos da terra. Refere-se à qualidade de nos considerarmos iguais, nem superior e nem inferior aos outros. A humildade é uma virtude que dá o sentimento exato ao nosso bom senso, de utilizarmos de cordialidade, honestidade, respeito e simplicidade com as outras pessoas. Quem é humilde não se vangloria do que tem ou do que faz, mas também não pode ser confundida com modéstia que pode ser traduzida como uma depreciação de si mesmo ou falta de ambição. 

A ambição excessiva prejudica, mas dentro dos limites éticos e morais ela se torna positiva. Pessoas positivamente ambiciosas buscam conhecimento e autoconhecimento,são motivadas, persistentes e mantem uma autoestima elevada que se manifesta o egoísmo saudável, desejando obter o melhor para si, para os outros e para o mundo. Elas agem com integridade e sabem que, para atingir seus objetivos, não precisam roubar, mentir e nem passar por cima de outros. 

Retirado do Site: http://eventosmitologiagrega.blogspot.com.br/search/label/Mito%3A%20Atl%C3%A2ntida%20o%20paraiso%20que%20se%20perdeu

09 fevereiro 2016

A espiritualidade do Carnaval



“Carnaval é uma grandiosa cosmovisão universalmente popular de milênios passados... é o mundo às avessas”. (Bakhtin, 1970) 

O carnaval realizado no Brasil é a maior festa popular do mundo. Grande parte dos foliões brasileiros, no entanto, não conhecem as origens e as implicações dessa festa. Pensa-se que o carnaval é uma brincadeira típica do Brasil, mas várias cidades do mundo como Nice (França), Veneza (Itália), Nova Orleans (EUA), dentre outras, também a celebram anualmente. 

O carnaval, para surpresa de muitos, é um fenômeno social anterior a era cristã. Assim como atualmente ela é uma tradição em vários países, na antiguidade, o carnaval também foi praticado por várias civilizações. No Egito, na Grécia e em Roma, pessoas de diversas classes sociais se reuniam em praça pública com máscaras e enfeites para desfilarem, beberem vinho, dançarem, cantarem e se entregarem as mais diversas libertinagens. 

A diferença entre o carnaval da antiguidade para o de hoje é que, no primeiro, as pessoas participavam das festas mais conscientes de que estavam adorando aos deuses. O carnaval era uma prática religiosa ligada à fertilidade do solo. Era uma espécie de culto agrário em que os foliões comemoravam a boa colheita, o retorno da primavera e a benevolência dos deuses. No Egito, os rituais eram oferecidos ao deus Osíris, por ocasião do recuo das águas do rio Nilo. Na Grécia, Dionísio, deus do vinho e da loucura, era o centro de todas as homenagens, ao lado de Momo, deus da zombaria. Em Roma, várias entidades mitológicas eram adoradas, desde Júpiter, deus da urgia, até Saturno e Baco. 

Na Roma antiga, o mais belo soldado era designado para representar o deus Momo no carnaval, ocasião em que era coroado rei. Durante os três dias da festividade, o soldado era tratado como a mais alta autoridade local, sendo o anfitrião de toda a orgia. Encerrada as comemorações, o “Rei Momo” era sacrificado no altar de Saturno. Posteriormente, passou-se a escolher o homem mais obeso da cidade, para servir de símbolo da fartura, do excesso e da extravagância. 

Com a supremacia do cristianismo a partir do século IV de nossa era, várias tradições pagãs foram combatidas. No entanto, a adesão em massa de não-convertidos ao cristianismo, dificultou a repressão completa. A Igreja foi forçada a consentir com a prática de certos costumes pagãos, muitos dos quais, cristianizados para evitar maiores transtornos. O carnaval acabou sendo permitido, o que serviu como “válvula de escape” diante das exigências impostas aos medievos no período da Quaresma. 

Na Quaresma, todos os cristãos eram convocados a penitências e à abstinência de carne por 40 dias, da quarta-feira de cinza até as vésperas da páscoa. Para compensar esse período de suplício, a Igreja fez “vistas grossas” às três noites de carnaval. Na ocasião, os medievos aproveitavam para se esbaldar em comidas, festas, bebidas e prostituições, como na antiguidade. 

Na Idade Média, o carnaval passou a ser chamado de “Festa dos Loucos”, pois o folião perdia completamente sua identidade cristã e se apegava aos costumes pagãos. Na “Festa dos Loucos”, tudo passava a ser permitido, todos os constrangimentos sociais e religiosos eram abolidos. Disfarçados com fantasias que preservavam o anonimato, os “cristãos não-convertidos” se entregavam a várias licenciosidades, que eram, geralmente, associadas à veneração aos deuses pagãos. 


O carnaval na Idade Média foi objeto de estudo de um dos maiores pensadores do século XX, o marxista russo Bakhtin. Em seu livro Cultura Popular na Idade Média e no Renascimento, Bakhtin observa que no carnaval medieval – “o mundo parecia ficar de cabeça para baixo”. Vivia-se uma vida ao contrário. Era um período em que a vida das pessoas tornava-se visivelmente ambígua, pois a vida oficial - religiosa, cristã, casta, disciplinada, reservada, etc. – amalgamava-se com a vida não-oficial – a pagã e carnal. O sagrado que regulamentava a vida das pessoas era profanado e as pessoas passavam a ver o mundo numa perspectiva carnavalesca, ou seja, liberada dos medos e da ética cristã. 

Com a chegada da Idade Moderna, a “Festa dos Loucos” se espalhou pelo mundo afora, chegando ao Brasil, ao que tudo indica, no início do século XVII. Trazido pelos portugueses, o ENTRUDO – nome dado ao carnaval no Brasil – se transformaria na maior manifestação popular do mundo, numa das maiores adorações aos deuses pagãos do planeta e, por tabela, na maior apologia a prostituição apoiada pelo Estado. Você vai participar do CARNAval? 

Egina Carli de Araújo Rodrigues é professora de História das redes pública e particular de ensino no Acre (eduardoeginacarli@blogspot.com) 

Eduardo Carneiro, formado em História, é acadêmico do mestrado em letras pela UFAC.