26 abril 2017

A deusa do sarcasmo: Momo!

A deusa do sarcasmo: Momo!


Vamos falar sobre a deusa que deu a origem ao sarcasmo, a ironia e outras coisas, vamos conhecer um pouco sobre a Deusa Grega Momo!
Na mitologia grega, Momo (Momus) era a personificação do sarcasmo, da reclamação, da culpa e da ironia. Ao contrário do que se pensa, Momo era mulher, patrona de escritores e poetas, representada com uma máscara que levantava para exibir seu rosto, e com um boneco numa das mãos, simbolizando a loucura. Filha de Nix (sem pai), aparecia constantemente no cortejo de Dionísio, ao lado de Comos, deus das farras.                       
Conta-se que Momo foi convidada para avaliar a criação de três deuses em concurso: Atena, Poseidon e Hefesto. Criticou Atena por ter criado a casa, pois devia ter rodas de ferro em sua base, para que o dono pudesse levá-la assim que viajasse. Zombou do deus do mar por ter criado o touro com os olhos sob os chifres, quando esses deviam estar no meio, para que ele pudesse ver suas vítimas. Por fim, riu do ferreiro dos deuses por ter fabricado Pandora sem uma porta para que se pudesse ver o que ela mantinha oculto em seu coração. Não bastando isso, ironizou Afrodite, dizendo que não passava de uma tagarela e que usava sandálias que rangiam, e teve a audácia de fazer comentários jocosos sobre a infidelidade de Zeus para com Hera. Seus atos a levaram ao exílio do Monte Olimpo.                       
Mais tarde, estando Zeus preocupado com o fato de que a Terra oscilava com o peso da humanidade, permitiu o retorno de Momo ao convívio do Olimpo desde que ela o ajudasse a descobrir uma solução para o problema. Brincalhona, ela sugeriu que o deus criasse uma mulher belíssima pela qual muitas nações guerreassem e assim se destruíssem. Zeus levou-a a sério e assim nasceu Helena, que levou os gregos à Guerra de Tróia.                       
Na Roma antiga, Momo e Comos foram unificados em uma divindade masculina que se tornou símbolo de festas e a imagem icônica em manifestações artísticas. Durante os três dias de festividades ao deus Saturno (o nosso Carnaval), o mais belo soldado era designado para representar o deus Momo, ocasião em que era coroado rei e tratado como a mais alta autoridade local, sendo o anfitrião de toda a orgia. Encerrada as comemorações, o “Rei Momo” era sacrificado. Posteriormente, passou-se a escolher o homem mais obeso da cidade, para servir de símbolo da fartura, do excesso e da extravagância.                       
É a deusa do sarcasmo. Momo é uma deusa menor e pouquíssimo conhecida tendo aparições curtas e de pouca importância. Filha da deusa da noite Nyx, Momo teve sua maior aparição nos acontecimentos que levaram a guerra de Troia.

Quando a quantidade de homens sobre a terra estava crescendo em um ritmo muito grande, Zeus pretendia aumentar o número de mortes para assim resolver o grande problema do aumento gigantesco da população. O pai dos deuses e dos homens desencadeou a guerra de Tebas, mas esta não foi o suficiente.

Momo então se apresentou, aconselhando a Zeus que oferecesse a nereida Tethys a um mortal. Havia sido profetizado que se um está se casasse com Poseidon ou Zeus teria um filho mais forte que o pai. Não poderia haver maior sarcasmo no conselho da deusa, enviando a ninfa a um simples mortal quando ela poderia ter um filho que superaria o próprio Zeus.

Deste casamento nasceu Aquiles. Com a ajuda da deusa Eris que lançou o pomo da discórdia que culminou na guerra de Troia, a população foi reduzida drasticamente com uma década de guerra e o problema assim resolvido.                       
Na mitologia grega, Momo (em grego Μώμος, Mômos, "burla", "crítica" ou "zombaria" e em latim Momus) é a personificação do sarcasmo, das burlas e de grande ironia, sendo a deusa dos escritores e poetas.                       
MOMO – Personificação do sarcasmo e das ironias. Foi Momo que aconselhou Zeus a entregar Tétis em casamento a um mortal e dessa união nasceria um filho e ele próprio engendraria uma filha que suscitaria uma guerra entre asiáticos e europeus, a Guerra de Tróia, que teria muitos mortos que daria equilíbrio demográfico necessário.
Uma outra versão seria a seguinte:
Momus era um daimon filho de Nix, que se tornou a personificação do sarcasmo, do delírio, do ridículo, do deboche, da paródia, do desprezo, da censura, da culpa e da crítica cortante. Ele morava no Olimpo junto aos deuses, mas com suas críticas perversas, com seus deboches e censuras, foi minando a simpatia dos deuses. Censurando a todos os deuses, expunha os defeitos que encontrava em cada um deles, interpretando a atitude de todos a seu modo e ainda fazia intrigas e fofocas.

Certa vez, Momus foi escolhido para julgar dentre os deuses, qual deles entre Zeus, Poseidon e Atena poderia criar algo realmente bom. Zeus criou o melhor dos animais - o homem, Atena criou a casa para as pessoas morarem e Poseidon criou um touro. Por ter o hábito de criticar, Momus criticou o touro porque não tinha olhos embaixo dos chifres para mirar seus alvos, criticou o homem por não ter uma janela no coração que permitisse aos outros verem o que tinha no coração e criticou a casa porque ela não tinha rodas em sua base não permitindo deslocá-la para outros lugares. Isso aborreceu os deuses.

Hefesto e Afrodite eram os seus principais alvos, já que a esposa de Hefesto tinha casos extraconjugais. Hefesto, que tinha uma deficiência nas pernas, recebia inúmeros adjetivos. Com isso, Afrodite despertou nele uma fome insaciável o que o fez comer tanto que se tornou excessivamente obeso.

Porém, sempre rindo dos outros, Zeus o expulsou do Olimpo, lançando-lhe a maldição de sorrir para sempre. E assim, ele passou a perambular pela terra, se tornando reverenciado apenas pelos loucos e acompanhando a trupe de Dioniso, embalados pelos sons dos tamborins dos coribantes. Usando um gorro com guizos e segurando uma boneca ou um cetro terminado em uma cabeça grotesca na mão, Momus passou a ser o símbolo da insanidade.

Ainda antes da era cristã, gregos e romanos incorporaram essa figura mitológica a algumas de suas comemorações, principalmente as que envolviam sexo e bebida. Na Grécia, registros históricos relatam que os primeiros reis Momos desfilavam em festas de orgia por volta dos séculos 5 ou 4 a.C. Geralmente, o escolhido era alguém gordinho e extrovertido.

Nas bacanais romanas, os participantes selecionavam um Rei Momo entre os soldados mais belos do exército. Esse monarca era o governante de um período de liberdade total e desfrutava de todas as regalias durante a festa, como comidas, bebidas e mulheres. Terminada a festança, ele era levado ao altar do deus Saturno para ser sacrificado. Depois de morto, era velado e enterrado com todas as honrarias de um chefe de estado. Se “rei morto, rei posto”, a cada ano era eleito um novo rei Momus.

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O mito de Momus destaca a maledicência, um dos flagelos da humanidade. Mais terrível que a agressão física, fere a dignidade humana, destrói a reputação e existência alheia pelo boato. Mais insidiosa que uma epidemia, se alastra nas bocas que nada de útil tem a dizer. Arma perigosa ao alcance de qualquer pessoa e em qualquer idade, é muito fácil usá-la: basta ter um pouco de maldade no coração, que o tribunal corrupto onde o maledicente coloca o réu ausente.

A maledicência acusa, julga e condena os outros, sem conceder direito de defesa ou contestação, porque o boato açoita sem misericórdia. É tão devastadora e, no entanto, não exige compromisso para quem a emprega. Jamais encontraremos o autor de um boato maldoso, de uma fofoca comprometedora, pois o maledicente sempre a vende pelo mesmo preço que comprou. Gratuita, ninguém está livre da fofoca, nem mesmo aqueles que se destacam na vida social por sua realização e capacidade profissional. Estes, ao contrário, são os mais visados. Nada é mais gratificante para o maledicente do que querer mostrar alguma deficiência dos bem-sucedidos.

A origem da maledicência está no atraso moral da criatura humana. Intelectualmente, a humanidade já atingiu descobertas científicas notáveis, mas moralmente, a humanidade continua agressiva e inconsequente como um homem da caverna. Se não usam a clava, usam a língua para ferir, atendendo aos seus propósitos de autoafirmação, revide, justificação ou pelo simples prazer de atirar pedras em vidraças alheias.

Não se dá conta aquele que se compraz em criticar a vida alheia, que a maledicência é um ato de autofagia, condição do animal que come o próprio corpo. O maledicente pratica a autofagia moral. A má palavra, o comentário desairoso contra alguém gera no autor um clima de desajuste íntimo, em que ele perde força psíquica e se autodestrói moralmente, envenenando-se com a própria maldade. Por isso, pessoas que se comprazem nesse tipo de comportamento são sempre inquietas e infelizes.

O maldizente fatalmente será vítima da maledicência, pois sua tendência é criar ambiente propício à disseminação de seu veneno. A vida também cuida de situá-lo numa posição em que esteja sujeito a críticas e comentários, até que aprenda a respeitar o próximo. A ninguém compete o direito de julgar o outro, porque antes disso é necessário remover o que impede de enxergar a si mesmo, porque tendemos a identificar com muita facilidade nos outros, o que existe em abundância em nós mesmos.

Espero que tenham gostado de conhecer um pouco mais sobre essa deusa grega que até hoje é muito presente em nossas vidas! Infelizmente ainda julgamos as pessoas, falamos mal sobre elas, criamos intrigas, não digo todos, mas em suma a maioria faz isso sim! Então vamos nos controlar um pouco mais com nossas línguas!
Que sejam sempre prósperos;

Raffi Souza.

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