31 outubro 2017

A lua grega: Selene

A lua grega: Selene!


Hoje irei falar sobre a titã da lua, aquela que é a lua em todas as suas formas hoje vou falar sobre Selene!
Os titãs Téia e Hiperion tiveram três filhos, as mais lindas crianças do Olimpo: Selene - a lua, Helius - o sol e Eos - a aurora. Outros deuses, invejando a beleza dos filhos de Téia, lançaram Helius nas águas negras do Eridano. Quando Selene mergulhou à procura do irmão, foi tragada pelas águas. Ao saber do trágico destino dos filhos, Téia os procurou por todo o mundo e cansada adormeceu.
Ao acordar Téia viu seus filhos no céu, iluminando tanto o sofrimento como a alegria dos mortais: Eos - a Aurora, abria as portas para a chegada de Helius - o Sol - que acompanhava o dia. Selene - a deusa da lua - acompanhava a noite. A jovem tinha a pele tão branca quanto a neve e viajava em uma carruagem de prata puxada por dois cavalos. Com seu manto prateado, carrega uma tocha e tem uma meia lua em sua cabeça.
Selene nunca se havia interessado por homem algum. Sua imagem pálida e solitária atravessava os céus numa rotina de pura melancolia. Certa noite ela foi acompanhada pelos olhos sonhadores do tímido Endimion, um belo pastor da Tessália que levava o rebanho para o alto da montanha para poder observá-la mais de perto. De tanto contemplá-la, ele conseguiu compreender o caprichoso ciclo lunar que era um mistério para todos.
De tanto ver o pastor Endimion a contemplá-la, Selene quis conhecê-lo, pois talvez ele fosse um homem diferente capaz de entender o ritmo de seus delicados movimentos pelo céu noturno. Abandonando seu curso, Selene encontrou Endimion adormecido ao relento no alto do monte. Seu sono era sereno e seu suave semblante tocou o coração de Selene que se sentiu invadida por uma paixão que nunca antes experimentara.
Depois dessa noite, ela ficava perturbada cada vez que avistava Endimion no alto do monte a apreciá-la. Certa noite, não resistindo aos encantos do amado Selene abandonou seu curso e foi encontrar-se com Endimion que dormia numa caverna. Beijando-lhe os olhos, infundiu-lhe um sono mágico. Tomada pela paixão, ela se esqueceu de que era a luz que iluminava a noite o que causou um eclipse total, deixando o mundo totalmente escuro.

Zeus, o deus dos deuses, não tolerava qualquer distúrbio no cosmos e resolveu castigá-la. Porém Selene o sensibilizou quando revelou que estava apaixonada pelo mortal, que era sujeito ao envelhecimento e à morte. Para preservar a felicidade de Selene, Zeus fez Endimion dormir eternamente para nunca envelhecer e não temer a morte. Endímion dorme até hoje e não pode ver a linda luz prateada enquanto Selene cruza os céus. Algumas vezes, Selene abandona os céus e vem juntar-se a ele nas noites escuras da Lua Nova e quando ela eclipsa.
Selene representa todas as fases da Lua e seu nome deriva do grego "selas" que significa luz e claridade. Selene estava relacionada ao nascimento, crescimento, fertilidade e falecimento. Conhecida por sua grande importância na magia, era associada a Artêmis ou Hécate, sendo também conhecida pelos romanos por Luna ou Lua e tradicionalmente celebrada no dia 7 de fevereiro.
O mito de Selene está relacionado ao encanto dos enamorados. Cheia de encanto e magia, inspiradora dos poetas, companheira dos solitários, confidente dos namorados, lá no alto, ela nos acompanha no nosso percurso pela vida. A Lua inspira os poetas a falar de amor, do amor romântico que não conhece o tempo e nem a hora. Esse é o desejo dos enamorados: cristalizar para sempre aquela intensa paixão dos primeiros encontros.
Infelizmente isso não foi possível, pois a Lua e o pastor estavam juntos, mas continuavam sozinhos. Não puderam conhecer um ao outro, porque não se falavam e não se olhavam. Não riam juntos, não faziam projetos, nem ao menos discutiam um com o outro. Não compartilhavam segredos, alegrias ou tristezas e não podiam, a cada noite, contar um ao outro os vestígios do dia, aquelas coisas tão simples, sem as quais o amor não sobrevive...
Selene é a Deusa grega da Lua, era filha de Hipérion e Téa, tendo como irmãos, a Deusa Eos, e o Deus Hélius. Um de seus melhores mitos sabidos envolve um simples, mas belo pastor, cujo nome era Endymion. A Deusa da lua se apaixonou por este mortal, um caso que, consequentemente resultou no nascimento de cinquenta filhas. Mas Endymion era, aliás, ser humano, e assim suscetível ao envelhecimento e eventualmente à morte. Selene não podia carregar o pensamento deste fato cruel. Então, assegurando que Endymion permanecesse eternamente jovem, fez com que o belo jovem dormisse para sempre. Desta maneira, Endymion viveria sempre, dormindo com a mesma aparente idade.

Selene é muito associada a Ártemis, ou Hécate, mas vale lembrar, que está deusa representa todas as fases da Lua, e é a pura personificação deste astro sendo seu nome romano Lua ou Luna.
Tradicionalmente ela é celebrada no dia 7 de fevereiro.
Ervas especificas da egrégora de Selene:
* Áster – Todas às Deusas e Deuses pagãos.
* Lunária - Associada à Deusas da Lua (Selene).
* Anis estrelado – Erva da magia.
Aqui vai um comentário interessante.... Deusa Selene, rege a segunda-feira, ou Monday, ou dia da lua, como Yemanjá e poucos dias separam suas festas. Logo após dia 9 vem Kuan Yin, que também rege a lua e as águas.... fevereiro, sob o signo de aquário rege os ritos das mães das águas.
Endímion foi um rei sagrado dos Etólios, que os conduziu da Tessália para Elida. Era filho de Zeus e da ninfa Cálice, herdando do pai a força e o poder de liderar homens e da mãe a beleza, sendo um dos mais belos personagens da mitologia grega.
Um dia, enquanto pastoreava os seus rebanhos, adormeceu numa colina e foi despertado pela luz da lua cheia, que havia se aproximado tanto que quase ele poderia tocá-la com sua mão. Maravilhado com a lindeza e perfeição da titânide Selene, ele passou a maldizer o destino humano. Imaginou-se com o rosto sulcado de rugas e o encanto do seu corpo viril arruinado por Cronos, perderia o volume e as carnes flácidas cairiam penduradas nos ossos. Como podia Selene, quase tão velha quanto o Tempo, se manter tão jovem e luminosa e permanecer no mundo enquanto o destino dos homens era se transformar em pó? Passou o resto da noite em claro, em sua admiração revoltada para com a lua que, como toda mulher, se fez ainda mais linda e cintilante para prender a sua atenção.
Este voltou com seu rebanho nas semanas seguintes e passava em claro suas noites observando o passeio diário que Selene fazia no céu, aparecendo inteira, reduzindo até que sumisse de vez, para novamente aparecer tímida num fio em forma de arco.
Meses se passaram e, longe de seu reino e família, Endímion já não queria voltar para sua casa. Os filhos já cresciam, podiam cuidar do seu reino, e sua mulher já não lhe despertava o fascínio de outrora e, mesmo sem perceber, passou a desejar a lua. Sabia exatamente em que ponto do horizonte ela apareceria em cada dia e com os olhos fixos, às vezes banhados em lágrimas, esperava por ela. Nutrindo está paixão impossível, ele não percebia que afrontava os deuses com sua pretensão e a cada manhã amaldiçoava-os e a sua condição de humano. Ele era filho de Zeus, por todos os lugares que passava ouvia que era semelhante aos deuses por seu porte e beleza, porque então não era divino e imortal?
Selene, a Cintilante, era filha de Hipérion e Tia, e percorria o céu num carro de prata puxado por dois cavalos brancos. Na primeira noite que Endímion dormia ao relento com suas ovelhas, admirou-se com sua beleza e fez com que a noite parasse para poder se encantar com o belo rosto do homem que dormia. Lentamente aproximou-se dele fazendo com que a lua quase se encostasse a terra, e com seus alvos dedos de raios de luar acariciou o belo rosto fazendo com que o pastor despertasse.
Durante o período de enlevo de Endímion, Selene se fazia a cada dia mais linda, vestia-se de prata e branco, destacava seus olhos azuis-claros com sombras das cores do amanhecer para encantar ainda mais seu apaixonado. E como a distância os separava, somente seus olhares se tocavam.
Como nada na terra escapa os olhos dos deuses, este romance e a indignação de Endímion com os deuses logo se tornaram assuntos, deixaram de ser comentários sussurrados para serem ditos em viva voz no Olímpio. Os deuses não admitiam que um mortal se comparasse a eles, e juntos foram a Zeus pedir uma punição às ousadias do rapaz, para que o pai dos deuses lançasse Nêmeses e suas fúrias sobre ele.
Zeus, que amava seus filhos mortais, se esquivou do assunto, passando para Hera a incumbência de castiga-lo. Porém quando a deusa do céu fitou o rapaz nos olhos compreendeu sua revolta. O louro cabelo do Etólio, cortado à maneira de Teseu, curtos na frente para que não atrapalhassem a visão e longos até abaixo dos ombros na parte traseira, o nariz perfeito e a harmonia de suas feições encantaram a deusa, que imediatamente aceitou a causa do rapaz, afinal eram tantos os bastardos de Zeus que, porque este, o mais perfeito de todos, não teria o direito à imortalidade?
Voltou ao Olimpo e conversou com Zeus, argumentando que este era seu filho, por que então condena-lo se sua reivindicação era justa? Se não tivesse nascido tão belo e forte, e não tivesse a revolta com a morte não seria filho de Zeus, por que culpá-lo se tudo que Endímion fazia era de sua natureza? Nada mais natural que ele, sendo filho de Zeus, fosse orgulhoso de sua linhagem.
Zeus rapidamente percebeu, enciumado, que o rei pastor encantara sua esposa como antes já havia encantado sua amante Selene, e que se ele não desse um basta, logo todas as deusas defenderiam sua causa. Com sua astúcia, vinda de Métis, Zeus decidiu-se, atenderia às reivindicações de seu filho, o tornaria imortal e o manteria jovem pela eternidade, mas para garantir a fidelidade de sua esposa, ele viveria eternamente mantendo sua beleza, dormindo. E desceu a terra para expor a Endímion seu castigo.
Hera, porém, conhecia muito bem seu esposo, e não confiava no seu julgamento. Conhecida como a que tem mil olhos e cujo animal é o pavão que traz em sua cauda os mil olhos bovinos de Hera, espreitou enquanto Zeus fazia a sua proposta ao moço. Protetora dos casamentos e dos romances conjugais, ela ficou penalizada com a decisão de Zeus. O romance de Endímion e Selene nunca se realizaria se ela não agisse rápido.
Vestida com as cores do Céu, desceu novamente à terra e de lá ao Hades, na terra dos Cimérios, adentrou no sonolento palácio de Hipno, o filho da Noite e de Érebo, e entre espíritos adormecidos, conversou com o irmão de Tânato. Pediu-lhe que não desobedecesse ao Rei dos deuses, e cumprisse exatamente o que lhe foi pedido, porém deveria acrescentar duas coisas, que Endímion dormisse com os olhos abertos para que pudesse ver Selene e que seus sonhos sempre fossem o que ele imaginava durante o período que passou apaixonado pela Titânida. Com isto, Hipno não desagradaria a Zeus e também agradaria a Senhora dos Céus, e assim foi feito.
Conformado com sua sina, Endímion deitou-se no morro onde pela primeira vez sentiu a presença de Selene, e adormeceu com os olhos abertos e voltados para o céu. E logo ao anoitecer Selene veio vê-lo, compungida pelo castigo infligido ao seu amado e enternecida acariciou sua face, e neste momento os olhos dele a fitaram, e no seu sonho ele murmurava palavras de amor a ela. Percorrendo o corpo do amado com seus argênteos dedos, percebeu que ele reagia aos seus estímulos e penetrou nos seus sonhos.
Longe do mundo real, onde a distância os separava, eles se amavam nos sonhos e a cada nova noite Selene deixava que seus cavalos, a tanto treinados em percorrer o céu noturno, levassem seu carro luminoso e, se despindo suas roupas de luz, se deitava junto com o amante e penetrava nos seus sonhos. O corpo dele, reagindo aos estímulos, ficava pronto para o amor e os dois se amavam tanto no onírico quanto na realidade. Deste amor nasceram as 50 filhas da Lua e, das filhas desta, os sonhos femininos das que amam à distância os amores impossíveis e os concretizam, ainda que de forma onírica.
Até hoje quando vemos uma lua esplendorosa e radiante no céu nos lembramos que, em algum canto da Grécia, um rapaz que dorme com olhos abertos a fita e sonha, é para ele que Selene se faz tão bonita.
Selene (em grego: Σελήνη, Selíní, "lua"), na mitologia grega, era a deusa da lua. Ela é filha dos titãs Hiperião e Teia e irmã do deus do sol, Hélio e de Eos, deusa do amanhecer. Ela dirige sua carruagem lunar pelos céus. Vários amantes são atribuídos a ela em vários mitos, incluindo Zeus, Pã, e o mortal Endimião. Em tempos clássicos, Selene foi muitas vezes identificada com Ártemis, assim como seu irmão, Hélio, foi identificado com Apolo.
Ambos Selene e Ártemis também foram associados com Hécate, e todos os três eram considerados como deusas lunares, embora apenas Selene fosse considerada como a personificação da própria lua. Sua equivalente romana é Luna.
Depois que seu irmão Hélio termina sua jornada pelo céu, Selene, recém-banhada nas águas do Oceano que circunda a terra, começa sua própria jornada enquanto a noite cai sobre a terra, iluminada pela radiância da sua cabeça imortal e de sua áurea coroa. Jovem e bela.
Na Arcádia, uniu-se a Pã, que a seduziu disfarçando-se com uma pele de ovelha e depois a presenteou com um rebanho de bois inteiramente brancos que ela usou para puxar seu carro noturno.
Com Antifemo ou Eumolpo, Selene teve o filho Museu, um adivinho renomado e grande músico, capaz de curar doentes com sua arte, que foi amigo inseparável, discípulo ou mesmo mestre de Orfeu.
Que sejam prósperos.

Raffi Souza.